Hidroaviões “Clippers” em Lisboa - Portugal
Os hidroaviões - “Clippers” - Boeing 314 da “Pan American World Airways” (já desaparecida) que faziam as ligações entre a América do Norte e Lisboa nos anos 40, a meio da sua viagem faziam escala nos Açores amarando na ilha do Faial, na cidade da Horta.
A “Pan American World Airways” era representada em Portugal pela Sociedade Técnica e Marítima. Chegados a Lisboa atracavam no Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo...
Em Fevereiro de 1943 ocorreu um grave acidente com um Clipper da Pan Am de seu nome “Yankee Clipper”.
No acidente de Lisboa , o “Yankee Clipper” tinha os motores em funcionamento e não era conhecida qualquer avaria que pudesse conduzir ao acidente
Segundo testemunhas oculares e relatos de sobreviventes , instantes antes de amarar o hidroavião da Pan Am inclinou-se ligeiramente para a esquerda, fazendo com que a ponta da asa do mesmo lado entrasse nas águas do Tejo, transformando-a em catapulta.
A violência do impacto descontrolado provocou graves lesões traumáticas nalguns passageiros e a desintegração do aparelho.
Para agravar a situação , não havia na zona qualquer meio de salvamento (anos 40 ...) e apenas uma pequena lancha de serviço à Pan Am pode prestar algum auxílio às vítimas até que chegassem os bombeiros , também eles impreparados para um acidente deste tipo.
Morreram 24 pessoas, 15 sobreviveram, algumas com graves lesões permanentes. Numa das fotos o desenho do “Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo”, cuja construção foi autorizada pelo Decreto-lei 32:331, de 19 de Outubro de 1942.
Assinaram o decreto, entre outros, o Presidente da República General Oscar Fragoso Carmona, o Primeiro-Ministro Doutor António Oliveira Salazar e o Ministro das Obras Públicas e Comunicações Engº Duarte Pacheco.
Este último um ano depois, em 16 de Novembro de 1943, morre no Hospital da Misericórdia de Setúbal, na sequência de um acidente de automóvel, ocorrido na véspera na estrada de Montemor-o-Novo, Vendas Novas, perto das instalações da Marconi.
Aos trabalhos de construção do Aeroporto Marítimo de Cabo Ruivo presidiu o bom gosto , a singeleza e a segurança.
Tudo quanto de mais moderno existia em aparelhagem de protecção à navegação aérea e em material para a amarração e reabastecimento estava reunido naquela base.
E, pormenor curioso: as instalações de terra foram desenhadas segundo o velho estilo português o que era deveras interessante para o passageiro que, vindo da América do Norte, desembarcava em Lisboa.
O cais flutuante, de trinta metros, prolongamento natural duma ponte de 161 metros, proporcionava a acostagem dos hidroaviões em três sentidos, consoante a direcção do vento.
Em pleno rio, em frente ao cais flutuante, existiam três bóias de amarração ligadas entre si e ao cais por fortes cabos de aço, de forma que essa manobra pudesse fazer-se com os recursos de bordo dos aparelhos.
Mas, apesar disso, a base tinha um gasolina a dois motores, com rádio, telefone e serviço de extinção de incêndio, que podia colaborar na manobra de amarração.
Para o caso de uma amaragem de noite, o gasolina possuia potentes holofotes e as bóias eram iluminadas.
Destinados ao reabastecimento dos aparelhos existiam dois depósitos subterrâneos com 15.000 litros cada.
O pleno executa-se com extrema facilidade, por intermédio dum tubo que ia dos depósitos até ao cais flutuante e, por conseguinte, ao aparelho.
Na sua viagem para a América do Sul, o hidroavião “Dornier” DO-X amarou em Lisboa, no fim do mês de Novembro de 1930 e permaneceu em Lisboa durante seis semanas em reparação.
in: Blog “Restos de Colecção”
JJ edição fotos
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