04 agosto 2013

Betty Boop Salva vidas

Betty Boop Salva-vidas
Marfinite 13 cm - base 5x5 cm - extras: Pormenores de pintura, patines, acessórios da base, feltro vermelho.
http://youtu.be/JC5UBX2uNiM    Cinderela (A Gata Borralheira)
Seja qual for a roupa que use, Betty Boop mostra-nos sempre algo do “American way of life”, esse estilo de vida e de ideologia difundido em todo o mundo pelos meios de comunicação dos Estados Unidos. A heroína criada nos anos 1930 no atelier dos irmãos Fleischer continua transmitindo, até hoje, como todas as estrelas de Hollywood, certa ideia da América do Norte, e os seus variados trajes ilustram as múltiplas facetas de um país com realidades diferentes. Embora como diva dos palcos ela seja pouco “glamour” a Boop Girl também pode sujar as mãos de óleo consertando o motor de um carro ou pegar num laço para domar o gado num rancho do faroeste… Desta vez a vemos como salva-vidas, responsável pela segurança dos banhistas. Uma imagem tranquilizadora, popularizada pelo cinema e pela televisão, a ponto de o maiô vermelho de “vigilante da praia” quase se ter transformado atualmente num símbolo dos Estados Unidos, assim como o chapéu de cowboy e os hamburguers.

Nasce um estilo
 Como os demais grandes heróis do estúdio nova-iorquino, Betty Boop deve o seu sucesso à genialidade dos irmão Fleischer, verdadeiros pioneiros do cinema de animação principalmente nos anos 1920 e 1930. A partir de 1921, um modesto estúdio de Nova York assentou as bases do que se transformaria, trinta anos depois, no modelo de filme “clássico” dos desenhos animados, tanto para os realizadores pela companhia Warner como para os da MGM. Fundada por Max e Dave Fleischer, a empresa se impôs graças às suas constantes inovações técnicas. Max, o mais velho, era um inventor apaixonado cuja maior façanha foi a criação do rotoscópio, um aparelho que permitia dotar de movimentos humanos os personagens animados. Esse processo contribuiria para o sucesso do palhaço Koko, a primeira estrela do estúdio. Diferentemente do que se pensa, os Fleischer também seriam os primeiros a fazerem desenhos animados sonoros, muito antes de Disney. Além disso, foi na série “Talkartoons” (jogo de palavras com “talk”, falar e “cartoons” desenhos animados) que apareceram Bimbo e Betty Boop. Claro que o estúdio também empreenderia a produção de filmes a cores, o primeiro deles seria “Pobre Cinderela”, uma aventura de Betty. E quando Disney triunfou em 1937 com “Branca de Neve e os Sete Anões” a primeira longa-metragem de animação, os Feischer contra-atacaram com “As Viagens de Gulliver” e “Mister Bug Goes to Town”.
 

Super-heróis
Entretanto sem a criatividade as proezas técnicas não são nada. O que permitiu aos personagens dos Fleischer transformarem-se em lenda foi sobretudo o seu carisma. Cada série contava com um personagem estrela, cujo desenho e personalidade eram cuidadosamente trabalhados. No caso de Betty Boop, o ponto forte era uma mistura de “sex-appeal” e de inocência infantil, tudo com o fundo musical do Swing. Direcionadas basicamente a um público urbano, a graça das suas aventuras era absurda e muitas vezes com um toque de humor negro. Por outro lado, o universo de Popeye era mais “mainstream”: o marinheiro,
Resposta do estúdio à supremacia de Mickey, superaria Betty Boop em popularidade e ameaçaria seriamente a liderança do ratinho californiano. Com relação ao Super-Homem, também fez muitíssimo sucesso a partir de 1941, numa série de dezassete filmes exibidos no cinema. Infelizmente, os problemas económicos poriam fim, no ano seguinte, à extraordinária aventura dos estúdios dos irmãos Fleischer.
A Miniatura
Não, você não está a ver um episódio americano de “Os Vigilantes da Praia”. A moça com o fato de banho vermelho dos salva-vidas norte-americanos, não é outra senão a senhorita Boop. Tanto nas praias da costa Leste como nas do Pacífico, Betty é sempre cuidadosa e em qualquer momento está pronta para se lançar no resgate dos imprudentes banhistas, com a bóia na mão. E durante as horas, felizmente mais frequentes , nas quais ela não tem que fazer outra coisa além de vigiar a praia, os seus olhos verdes são protegidos por óculos de sol que combinam com o maiô. Com uma salva-vidas assim, muitos são os que gostariam de se jogar na água…
 
Vampiresas na tela
Mary Pickford
Foi a primeira mulher a conseguir um posto de estrela a âmbito mundial, e durante duas décadas foi a rainha do cinema norte-americano, no qual esteve à altura de Chaplin. A infância de Mary Pickford foi semelhante a um melodrama, graças ao qual depois conseguiria um enorme sucesso. Nascida no dia 9 Abril 1892, em Toronto, numa família de imigrantes anglo-irlandeses, a menina viveu o abandono do pai, que pouco depois morreu por causa do alcoolismo. Sua mãe tinha sérios problemas financeiros, mas um dia apareceu a oportunidade para a filha participar numa peça de teatro. Mary subiu aos palcos quando tinha sete anos, e logo a seguiram o irmão e a irmã. A família deixou Toronto para se unir a várias companhias itinerantes dos Estados Unidos. Mary começou a representar em todo o tipo de lugares, mas o seu sonho era trabalhar na Broadway. Conseguiu fazê-lo em 1907 e rapidamente foi abrindo caminho no mundo do teatro, até ao ponto de em 1909, o cineasta
lhe propor um teste.
David Wark Griffit
America’s Sweetheart
Os filmes da época eram muito curtos, motivo pelo qual a jovem faria várias dezenas deles ao ano. Como os nomes dos atores não costumavam aparecer nos cartazes, o público começou a chamá-la “a moça dos cachinhos dourados”. Apesar disso, para Mary o cinema continuava sendo inferior ao teatro, pelo menos até 1912, ano em que ela voltou aos palcos  e percebeu que gostava muito mais das filmagens. Assim, terminaria dedicando-se exclusivamente a esse entretenimento que ainda não era considerado uma arte, mas do qual seria a estrela principal. “Heart Adrift”, de Edwin S. Porter, estreado em 1914 foi um grande sucesso de bilheteira. Depois haveria outros, que permitiriam a quem já chamavam de “namorada da América” obter não somente cachês cada vez mais altos, mas também o controle artístico dos seus filmes, uma novidade em Hollywood.
Uma mulher com cabeça
Buscando ser ainda mais independente, Mary Pickford fundou em 1919 a companhia United Artists, com Griffith, Chaplin e o ator Douglas Fairbanks, com que se casou no ano seguinte, Desde esse momento a estrela se transformou também em produtora e distribuidora dos seus filmes. Entre 1920 e 1927 viveu vários sucessos seguidos, como “Pollyana” ou o pequeno “Lord Fauntleriy”, nos quais sempre interpretava mulheres ingénuas e apaixonadas. Entretanto, no final da década decidiu mudar de imagem e até cortou os seus longos cabelo ondulados, um “drama” que a fez aparecer na primeira página do New York Times. Embora em 1929 tenha recebido um Oscar pelo seu primeiro filme falado, “Coquete” Mary Pickford via como o público se ia afastando pouco a pouco dela. Em 1933 decidiu colocar um ponto final na mais fantástica carreira de atriz que o cinema mudo havia visto.
Os anos 1930 nos Estados Unidos
O edifício Chrysler
Construção “Art Déco” erguida no coração de Manhattan, este arranha-céus do arquiteto William Van Alen, continua sendo, oitenta anos depois da sua construção um dos edifícios mais admirados do mundo. No dia 19 Setembro 1928 foi colocada a primeira pedra de uma obra que daria muito que falar. O fabricante de automóveis Walter Chrysler era uma das figuras mais emblemáticas dessa época: não só tinha fundado em 1925 a companhia que levava o seu nome, como também a compra da marca Dodge o tinha transformado num dos novos gigantes do setor, a ponto de ser chamado de “O Homem do Ano” pela revista Times. Além disso, a construção desse edifício, que devia mostrar a todo o omundo o seu incrível sucesso, foi feita a título pessoal, e não para a sua sociedade com sede em Detroit.
Águias em Manhattan
O arquiteto William Van Alen, encarregado desse projeto titânico projetou um elegante edifício “Art Deco”, uma corrente artística e arquitetónica utilizada nessa época na maioria dos edifícios nova-ioquinos. Os principais materiais utilizados eram o mármore o aço(mais de 20.000 toneladas só para a estrutura). Com o objetivo de destacar o vínculo do imóvel com a marca Chrysler, Van Alen criou inovadoras gárgulas: de facto tratava-se de águias de aço inspiradas nas que decoravam nessa época os carros da empresa. Situada na confluência da Rua 42 com a Lexington Avenue, a obra logo atraiu a curiosidade dos meios de comunicação. Embora as técnicas de construção ainda fossem rudimentares, o edifício ia se erguendo a um ritmo espetacular, crescendo numa média  de quatro andares por semana. Uma vertiginosa ascenção.  
Contudo, mais espetacular ainda foi a batalha entre o arquiteto e um dos seus colegas, H. Craig Severance. Esse antigo sócio de Van Alen estava construindo ao mesmo tempo outro edifício no bairro, o 40 Walll Street (atualmente edifício Trump). Como Severance se dedicava a proclamar aos quatro ventos que o seu imóvel de 282 metros seria o mais alto do mundo, Van Alen decidiu dar a mesma altura ao edifício Chrysler. Então Severance respondeu acrescentando dois andares ao 40 Wall Street. Lógico que Van Alen tinha uma carta na manga: uma agulha de aço inoxidável de sessenta metros, que acabaria transformando o edifício Chrysler, no momento da sua inauguração, dia 28 Maio 1930, no imóvel mais alto do mundo. Nasceu então a polémica, já que Severance insistia que o importante era a altura do último andar dos edifícios, não da agulha. Entretanto, a conclusão da construção do Empire State um ano depois, que alcançaria os 381 metros, poria fim definitivamente ao debate.

JJ fotos
SALVAT
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