Betty Boop Garçonete
Marfinite 14 cm - base 5x5 cm -
extras: Pormenores de pintura, patines, acessórios da base, feltro vermelho.
Símbolo dos Estados Unidos, Betty
Boop encarna todos os rostos do país. Como mulher de negócios de Manhattan ou
como estrela de Hollywood, subiu até o último degrau da pirâmide social,
tornando nela o famoso “sonho americano”, no qual o sucesso económico era o
mais importante. Entretanto, também foi objeto de desejos mais secretos quando
vestiu uma roupa de surfista californiana ou de cantora de cabaré… Agora está
com trajes de garçonete! Uma profissão mais modesta, mas cujo uniforme , assim
como o de aeromoça, é um dos que mais fazem sonhar, desde sempre, os homens
norte-americanos… Com o seu curto vestidinho rosa muito justo e o seu bonezinho
combinando, Betty parece-se com várias pin-ups
de revista, com as quais divide a inocência e esse erotismo brejeiro. Não resta
dúvida: seja qual for a profissão, a Boop Girl exerce sempre a mesma atração, e
ainda não chegou o dia em que tenha decepcionado os seus fãs.
Uma heroína diferente
Se compararmos a Boop Girl com as
outras heroínas da sua época, percebemos que ela ocupou um lugar absolutamente
excecional no mundo dos filmes de animação. O sucesso de Betty Boop
possibilitou nos anos 1930 uma pequena revolução na indústria dos desenhos
animados. Embora não fosse a única heroína de animação dessa época, essa morena
era absolutamente diferente das suas companheiras. Começando pela mais
conhecida de todas, Minnie Mouse. Nascida
em 1928, dentro dos estúdios Disney, a
amiga de Mickey era, antes de
qualquer coisa, um personagem cómico. E, como foi concebida como uma versão
feminina de Mickey, sua personalidade não se destacava muito. Além disso, era
um animal. Betty também começou tendo características de uma cachorra poodle,
mas logo evoluiu para adotar a forma humana. Dessa maneira, a Boop Girl não
tinha muito a temer com relação a Minnie, que, além disso, não aparecia em
todos os filmes de Mickey… Da mesma forma, Betty era radicalmente diferente de
outra heroína dos desenhos animados: Olívia Palito,
a noiva de Popeye.
Damas em apuros
Olívia Palito apareceu em 1919
nas revistas aos quadradinhos, antes de começar a sua carreira nas telas de
cinema, em 1933. Embora também fosse um personagem dos estúdios Fleischer,
Olívia e Betty eram diferentes em tudo. Nem é preciso dizer que o sex appeal
não era o ponto forte de Olívia. Além disso, a noiva de Popeye era uma dessas
“damas em apuros” que precisam de um homem que resolva os seus problemas. No fundo, é nesse aspecto que Betty se diferencia do restante das heroínas dos desenhos animados (que aliás, eram muito poucas: por exemplo, entre os Looney Tunes não havia nenhuma). Betty, por sua vez, resolvia tudo sozinha, e essa autonomia chegou mesmo a algo inédito: ela transformou-se em protagonista da sua própria série. Dessa forma, Betty não se diferenciava somente pela sua figura sexy, mas também pela sua independência diante dos heróis masculinos. Tal facto era realmente revolucionário nos anos 1930, e continuaria sendo, já que o mundo da animação não veria nascer nenhuma outra heroína que tivesse a sua própria série. Betty Boop constituía uma exceção notável no mundo, um pouco machista, dos desenhos animados.
A miniatura
Uma vitamina? Um hamburguer? Um
refrigerante? Peça o que quiser, e Betty trará tudo com rapidez e simpatia. Com
a sua roupa de garçonete perfeita, acreditaríamos que saiu de Grease ou de American
Graffiti. Para ressaltar o rosa pastel do seu vestido, ela
acrescentou ao conjunto algumas pinceladas de vermelho, que lembram morangos e
framboesas. E tanto o boné quanto a plaquinha com o seu nome, dão um toque de
nostalgia. Só falta a música no gramofone para que nos sintamos
teletransportados aos Estados Unidos dos anos 1930!
Vampiresas na tela
Ida
Lupino
Esta atriz de filmes policiais,
que ficou famosa pelos seus papéis de mulher fatal, também foi uma diretora
prolífica. Este é o relato de uma carreira fora do comum. Nascida no dia 4
Fevereiro 1918, em Londres, Ida cresceu dentro do meio artístico. A família
Lupino era uma dinastia no mundo do music hall, no qual os seus pais e
avós se tinha destacado. Desta forma, era natural que a jovem Ida seguisse esse
caminho. Quando rodou o seu primeiro filme, em 1931, teve de se armar de
paciência: no começo, os estúdios só lhe propunham personagens de mulheres
bonitas e um pouco bobas. No entanto, a atriz conseguiu finalmente chamar a
atenção em 1935, em Peter Ibbetson de Henry
Hathaway, filme no qual fez um bom papel diante das estrelas Gary Cooper
e Ann Harding. Mais tarde, rodou sob as
ordens de Rouben Mamoulian e Raoul Walsh, porém foi em 1939 que ela se
transformou numa verdadeira estrela com The Adventures of Sherlock Holmes,
de Alfred L. Werker. Naquela época estava
contratada pela Warner, um estúdio aficionado pelo cinema policial. Desta
forma, Ida interpretaria mulheres aventureiras, especialmente ao lado de Humphrey Bogard, em dois clássicos de Raoul Walsh:
They Drive by Night, 1940 e High Sierra, 1941.
Uma mulher autoritária
Os papéis de mulheres ao mesmo
tempo sedutoras e determinadas não eram muito comuns na época. Bette Davis, a grande estrela da Warner durante a
Segunda Guerra Mundial, era uma das poucas que conseguiam esse tipo de
trabalho. Ida Lupino seguiu os seus passos posteriormente, porém sem desfrutar
de tanta popularidade, o que a levou a dizer que era uma espécie de “Bette
Davis dos pobres”. Entretanto, a singular beleza de Ida seduziu muitos fãs.
Seguindo com a sua carreira no cinema policial, filmou com Jean Gabin, ator francês refugiado em Hollywood, Moontide,
de Archie Mayo 1942 e Road House de Jean
Negulesco 1948, entre outros filmes. Em todos eles interpretava papéis
que ressaltavam a sua imagem de mulher autoritária. Além disso, Ida empreendeu
no final dos anos 1940 uma carreira paralela: a de cineasta, atividade muito
rara na época para uma mulher. Durante os anos 1950, a atriz não teve medo de
dar oportunidade a uma nova geração de diretores como Nicholas Ray e Robert
Aldrich. Também se transformou numa figura fácil na televisão, e era
possível vê-la até o final dos anos 1970 em várias séries. Nessa época Ida
aposentou-se, merecidamente. Morre em 1995.
Os
anos 1930 nos Estados Unidos
O caso
de Marian Anderson
Em 1939, todo o planeta se
indignou ao saber que negavam o direito de uma cantora lírica muito talentosa
de fazer um concerto em Washington, pela cor da sua pele. Quando Marian
Anderson iniciou em 1930 uma turné europeia, o Velho Mundo pareceu-lhe uma
terra de refúgio. Isso porque, assim como acontecia com todos os negros
norte-americanos, ela tinha sido vítima de racismo desde a sua infância.
Nascida em 1897, numa família modesta de Filadélfia, Marian logo mostrou dotes
para o canto, que praticava no coral da igreja. Impressionados com a sua voz de
contralto, os seus familiares colaboraram para que ela pudesse ter aulas. A
jovem solicitou a admissão na Academia de Música, mas obteve como resposta que
não aceitavam “pessoas de cor”… Negando-se a renunciar ao seu sonho, Marian
participou em 1925 num concurso organizado pela New
York Philarmonic: obteve o primeiro prémio, o que permitiu que
fizesse concertos. Entretanto, a cantora logo descobriu que a segregação não
era menos dura para uma artista, já que continuavam impedindo a sua entrada em
certos estabelecimentos, e por isso decidiu ir embora para a Europa. Ali, além
de se sentir mais livre, conheceu pessoas que enriqueceram a sua carreira, como
o pianista finlandês Kosti Vehanen, que
se transformou no seu acompanhante habitual.
Home sweet home
Assim ,Marian Anderson passou os
primeiros anos da década de 1930 longe dos Estados Unidos. Entretanto, em 1934,
o seu agente Sol Hurok convenceu-a a
voltar ao seu país natal. A cantora, cujos concertos constavam principalmente
de árias, aceitou se apresentar no Tow Hall
de Nova York. A entusiasmada acolhida do público a animou a cantar nos Estados
Unidos, mas em 1939 o “caso” lembrou-lhe dolorosamente os motivos que a haviam
levado ao exílio. Hurok desejava organizar um concerto no Constitution Hall, uma sala de Washington
pertencente às Filhas da Revolução Americana,
associação feminina que era ao mesmo tempo clube social e um lobby patriótico.
Porém, o seu regulamento estipulava que os artistas negros não podiam se
apresentar na sala… Os protestos envolveram multidões e provocaram a renúncia
de Eleanor Roosevelt, mulher do presidente Roosevelt, como membro da associação, No entanto,
a primeira-dama não se conformou com isso: organizou um concerto de Mariam
Anderson nas escadarias do Memorial Lincoln,
no domingo de Páscoa de 1939. Esteve presente uma multidão, e a sua divulgação
pela rádio fez com que todo o mundo conhecesse o nome da cantora, novo símbolo
da luta pelos direitos dos negros. Muitas anos mais tarde, em 1964, Marian
escolheria o Constitution Hall como primeira etapa da sua turnê de despedida.
O canto da Liberdade
Transformada em heroína da luta
pelos direitos civis, Marian Anderson seria uma das personagens que fariam
avançar essa causa. Assim, em 1955, foi a primeira artista a cantar na Metropolitan Opera. Em 1951 interpretaria o hino
nacional durante a cerimónia de posse do presidente Kennedy, e dois anos mais
tarde participaria na famosa marcha sobre Washington, organizada por Martin Luther King. Além disso, Marian também
seria delegada do Comité de Direiros Humanos das Nações Unidas.
JJ fotos
SALVAT
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