Marfinite
15 cm - base 5x5 cm - extras: Pormenores de pintura, patines, acessórios da
base, feltro vermelho.
Como
estrela de cinema, bailarina ou majorette, Betty leva o espetáculo nas veias.
Não há nada de estranho nisso, já que sabemos que a sua criação foi inspirada
em duas grandes estrelas: a cantora Helen Kane e a atriz Clara Bow.
Depois de aparecer pela primeira vez como cantora de cabaré no filme “Dizzy
Dishes, retomaria esse papel inúmeras vezes, tanto na sua série como nas famosas
“Screen Songs”, outra coleção de sucesso dos estúdios Fleischer. Nesses filmes,
Betty estava acompanhada da nata dos “crooners” da época, mas também de
jazzistas de estilo revolucionário, como Cab Calloway ou Louis
Armstrong. Esse lugar essencial ocupado pelos novos ritmos nas suas
aventuras transformou Betty numa filha do swing, assim como uma desconhecida
chamada Ella Fitzgerald, que
nessa mesma época estreou de forma promissora no mítico Apolo do Harlem.
Muitas coisas separaram a heroína do celulóide da futura diva do jazz, mas
ambas se tornariam figuras lendárias no mundo do espetáculo.
No
começo dos anos 1930, Betty caminhava ao lado dos protagonistas de musicais
animados dirigidos pelos estúdios Fleischer, confirmando assim a sua posição de
“rainha do swing”. No ponto alto da sua popularidade, Betty Boop não aparecia
somente na série de desenhos animados que levava o seu nome. Os irmãos
Fleischer também a transformaram na estrela de outro de seus programas, as
“Screen Songs”. De facto tratava-se de curtas-metragens musicais em que a
animação se misturava com tomadas reais nas quais aparecia o intérprete da
canção. Nesses filmes, que estavam destinados a ser projetados nas salas, as
letras das canções apareciam na parte inferior da imagem, com uma bolinha que
ia pulando para permitir que o público as cantasse. Podemos dizer que as
“Screen Songs” são as precursoras do Karaoque… Pela série, que começou em 1929,
passaram estrelas da música como Eddie Cantor e os Mills
Brothers. Também estrelas de cinema com Joan Crawford e Jean
Harlow entraram nesse jogo, e numerosas Big Bands estiveram diante das
câmeras dos Fleischer até 1938, decididas a surfar na onda do swing.E que papel tinha Betty em tudo isso? De facto, a Boop Girl aparecia em muitas “Screen Songs”, tanto em atuações na introdução que levava à canção, como interpretando um duelo com o convidado do dia. Apreciava especialmente o doce Rudy Vallée, o preferido do público feminino no começo dos anos de 1930. Betty apareceu a seu lado em três filmes, num dos quais a vemos viajar no “Rudy Valley”. Também não teve medo de medir forças com Ethel Merman, diva da Broadway acostumada a brilhar nos “musicais” dos irmãos Gershwin e de Cole Porter. A cantora interpretou para as “Screen Songs” três dos seus sucessos: Let Me Call You Sweetheart, You Try Somebody Else e Time On My Hands (nesse filme, uma sereia que se parecia com Betty, a ponto de ser confundida com ela, transforma-se em Merman durante a música). E num filme de 1932 foi a francesa Iréne Bordoni, outra glória dos palcos nova-iorquinos, quem entoou Just a Gigolo, depois de ter sido apresentada ao público de um cabaré por uma mestra de cerimónias que não era ninguém menos que Betty.
Atenção! Com o seu temperamento de Show Girl, estava claro que mais dia, menos dia Betty Boop tinha de ser Majorette. Como sempre, o vermelho é a sua cor fetiche: faixas muito vibrantes ressaltam o branco do seu traje, das suas botas e do seu bonito quepe. As ombreiras douradas, combinando com os seus brincos, destacam-se no conjunto. Vestida assim, Betty pode desfilar entre as suas companheiras executando as piruetas do costume. Sem dúvida os espectadores sempre ficarão encantados ao verem passar um Majorette assim. Mas cuidado quando ela jogar o bastão para o alto…
Jean
Arthur
Esta
atriz foi a inspiração do Frank Capra e ganhou a admiração de cineastas
tão exigentes como Howard Hawks e Billy Wilder. É a trajetória de
uma estrela que não se conformou em ser apenas bela. Nascida a 17 Outubro 1900,
Gladys Greene tornou-se uma das artistas que mais marcariam o século que acabava de se iniciar. Filha de um
fotógrafo, começou ganhando a vida como modelo, antes de ser descoberta por um
caça-talentos de Hollywood. Rebatizada com o nome de Jean Arthur, a jovem rodou
o seu primeiro filme em 1923, sob a direção de John Ford. Seguiram-se
uma série de papéis que passaram despercebidos, mas graças a eles a atriz podia
ter aulas. E, 1928, casou-se com o fotógrafo Julian Anker, mas o casamento foi
anulado no dia seguinte. Jean, que foi galgando os degraus pacientemente, por
fim conseguiu um papel importante em 1935, na comédia “The Whole Town’s
Talking”. A reação entusiasmada do público diante dessa atriz cheia de
vivacidade levou a Columbia a apostar nela.Com os cabelos louros a partir desse momento, Jean pôs o seu temperamento ao serviço da “Screwball comedy” (comédia absurda), na qual chegou a seu especialista. Entre 1936 e 1939, Frank Capra dirigiu-a em obras-primas como Mr. Deeds Goes to Town, 1936 e Mr. Smith Goes to Washington, 1939. Nesses filmes Jean maravilhou o público, e o cineasta declararia mais tarde que era a sua atriz favorita. A atriz também ganhou uma imagem de mulher poderosa, interpretando a personagem Calamity Jane em The Plainsman, de DeMille, 1936, e Only Angels Have Wings, de Howard Hawks,1939.
Entretanto, a sua relação com o diretor da Columbia, Harry Cohn, não era muito harmoniosa. E o bendito dia em que se venceu o seu contrato em 1944, a atriz percorreu os corredores gritando “Sou livre”!. Contente por não ser mais obrigada a aceitar papéis dos quais não gostava, Jean deu-se ao luxo de rejeitar todos os filmes que lhe propuseram depois disso, fazendo uma exceção a dois cineastas que apreciava. Billy Wilder a fez enfrentar Marlene Dietrich em 1948, em Foreign Affair. E também George Stevens com quem já tinha filmado em duas ocasiões, dirigiu-a em “Shane”. Estreado em 1953, esse western tornou-se o maior sucesso comercial da estrela, e o seu último filme. Jean ainda trabalhou em algumas obras, mas o seu nervosismo doentio levou-a a aposentar-se totalmente em 1975. Desde então viveu isolada na sua mansão de Carmel, onde morreu de uma crise cardíaca em 1991.
Edgar
Hoover e o FBI
Nascido em 1935, o FBI é a obra
de um homem disposto a tudo para lutar contra os inimigos da nação, categoria
que incluía, segundo seu parecer, tanto os mafiosos como os comunistas. Foi em
1917, quando os Estados Unidos acabavam de entrar na Primeira Guerra Mundial
1914-1918 que John Edgar Hoover passou a fazer parte do Departamento de
Justiça, onde a sua diligência e
atenção aos detalhes levaram-no a várias promoções em pouquíssimo tempo. Este
jovem ambicioso, nascido no dia 1 Janeiro 1895 em Washington, estudou Direito
para poder entrar na administração pública e servir o seu país. Subindo degraus
rapidamente, em 1921 tornou-se diretor adjunto do Bureau of Investigation
(BOI), uma agência de investigação federal. Três anos mais tarde já era seu
diretor, com 29 anos. Então Hoover fez uma importante “limpeza” com o objetivo
de acabar com a corrupção dentro do Bureau e recrutar agentes mais instruídos.
Também modernizaria os seus métodos de trabalho, obrigando a incluir as
impressões digitais de todas as pessoas fichadas. Em 1932 inaugurou o famoso
laboratório Técnico, para tratar de forma científica as provas encontradas
pelos seus agentes. O primeiro objetico do BOI era lutar contra os gangsters, e
concretamente contra o aparecimento dos sangrentos foragidos da Grande
Depressão: os Dillinger, Barker e outros Bonnie e Clyde,
que seriam abatidos ou presos pelos agentes federais.Esses bons resultados fizeram com que o presidente Roosevelt desse mais poder a Hoover, o que resultou na criação em 1935 do FBI (Federal Bureau of Investigation). Daquele momento em diante, os seus agentes tinham autorização para usarem uma arma e fazerem prisões. Embora a criminalidade continuasse sendo oficialmente a prioridade da agência, as crescentes tensões com países como a Alemanha e União Soviética levaram Hoover a iniciar-se também na contraespionagem. Mas ainda que o alto cargo aparecesse na imprensa como o grande defensor da nação, as suas atividades também tinham um vertente mais sombria. Porque, para esse conservador empedernido, qualquer pessoa que pertencesse a uma organização de esquerda ou de luta pelos direitos dos negros representavam perigo para os Estados Unidos. Pouco a pouco, Hoover passaria a utilizar o FBI para lutar contra os seus inimigos pessoais: acumulou documentos que demonstravam as relações extra-conjugais de altas personalidades, e até lançaria falsos boatos sobre a homossexualidade de alguns políticos. Também as relações da primeira-dama Eleanor Roosevelt seriam objeto de um expediente secreto… E o incrível poder assim adquirido por Edgar Hoover durante anos permitiu que continuasse sendo diretor do FBI até a sua morte, em 1972.
SALVAT
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