22 fevereiro 2013

Betty Boop - Futebolista CR7

Betty Boop
Jogadora de Futebol
marfinite 12 cm - base 5x5 cm - extras: Pormenores de pintura, acessórios da base, feltro vermelho.
 Betty vestida de jogadora de futebol? A imagem pode ser surpreendente, mas ela sem dúvida incorporou o personagem e, sobretudo, o que ele representava para o público dos anos 1930. De facto, essa morena ganhou um lugar de honra no mundo dos desenhos animados, um mundo que naquela época era exclusivamente masculino, e que continuaria sendo durante muito tempo. O seu sucesso até mesmo se igualou ao dos seus rivais durante um tempo. è verdade que Betty terminaria sendo vítima tanto da onda moralizadora que assolou o cinema americano a partir de 1934 quando do lançamento, nessa mesma época, dos desenhos de Popeye, seu grande adversário dentro dos estúdios Fleischer. Contudo, a sua passagem pelas telas foi suficiente para a transformar no símbolo de uma nova feminilidade: a que, naquele momento, Marlene Dietrich encarnava em Hollywood e Eleanor Roosevelt na Casa Branca. Seguindo os seus passos, as norte-americanas iriam entretanto pouco a pouco entrando nos domínios que durante muito tempo eram reservados aos homens. Incluindo os estádios de futebol.
A demanda de Helen Kane
Na primavera de 1932, a estrela da Paramount apresentou uma demanda judicial contra os estúdios Fleischer, alegando que o personagem Betty Boop “competia deslealmente” com ela. Os criadores de Betty Boop nunca esconderam que se tinham inspirado em Helen Kane para dar origem à sua heroína. Essa artista da Broadway ficou famosa em 1928, graças a um espetáculo no qual foi a primeira a cantar “I Wanna Be Loved by You”. Quando, no ano seguinte, surgiu a grande ideia de fazer filmes sonoros para cinema, Helen Kane foi contratada pela Paramount para uma série de comédias musicais. Por isso a atriz era muito popular quando o desenhador Grim Natwick e o diretor Max Fleischer criaram o personagem Betty Boop, que tinha uma perturbadora semelhança com ela: o mesmo rosto redondo, os mesmos cachinhos castanhos, e, principalmente, o mesmo “Boop boop a doop” onomatopeias que apareciam em “I Wanna Be Loved By You” e que se tinham transformado na marca registada de Helen Kane, a ponto de ser conhecida como “Boop boop a doop girl”.
Betty, intimada a depor
Ao decidirem colocar o nome de Betty Boop na sua criação, e ao fazê-la interpretar nas suas aventuras a famosa canção, Fleischer e Natwick claramente faziam referência à estrela da Paramount. Entretanto, em vez de considerar o ato uma homenagem, Helen Kane viu-o como uma apropriação desonesta, e afirmava que o estúdio Fleischer estava usando a sua imagem sem autorização. Além disso, enquanto o sucesso de Betty começava a crescer, a partir de 1932, Helen Kane via a sua estrela se apagar: no ano anterior tinha rodado somente uma curta-metragem. A atriz abriu um processo contra Max Fleischer, exigindo 250 mil dólares por danos morais e financeiros. Durante o processo, que durou dois anos, várias testemunhas foram chamadas para depor, entre elas Mae Questel, a atriz que dava voz a Betty. O juiz finalmente deu perda de causa a Helen Kane, por dois motivos: primeiro, ela não era o único modelo para a personagem, já que os criadores também se tinham inspirado em Clara Bow; e segundo, não estava claro que a cantora tivesse inventado o famoso “Boop boop a doop”, já que aparentemente Baby Esther, uma cantora do Harlem, havia cantado o mesmo refrão antes dela.
A miniatura
Atenção! Betty entrou em campo e não está para brincadeiras. Vestida com o seu uniforme completo, ostentando as cores de Portugal e o número 7...do famoso português, jogador de Real Madrid, parece uma grande profissional; botas, meias compridas para não se sujar de lama e um calçaozinho promissor; pronta para enfrentar os seus adversários mais temíveis! Com relação à camisola, usa o número 7: jogadores como Cristiano Ronaldo da seleção portuguesa sabem o que fazem! De facto, ao ver Betty chegando assim para o treino, diríamos que só falta celebrar em sua homenagem a Liga das Campeãs, na qual ela teria toda a possibilidade de ganhar.
Os anos 1930 nos Estados Unidos
O fim da Lei Seca
Batizada de “a nobre experiência” nos Estados Unidos, a lei sobre a circulação de álcool aprovada em 1919 pretendia minimizar os estragos do alcoolismo. Contudo, Roosevelt teve que a suspender em 1933. A ideia de proibir a circulação de álcool não apareceu de um dia para o outro. Desde o século XIX, as ativas Ligas Antialcoolismo solicitavam uma lei que diminuísse os estragos  do álcool. Muitas associações de mulheres transformaram essa reinvidicação na sua bandeira, considerando-se as primeiras vítimas da violência e da miséria que o alcoolismo podia provocar. Apesar da dura oposição dos grupos partidários do livre consumo, o saldo da batalha em 1919, foi o voto da 18ª emenda da Constituição, que proibia a fabricação, o transporte e a venda de álcool. Só o consumo continuava sendo legal, e a fabricação do vinho e de sidra para uso doméstico também era permitida.
Crime organizado
A nova lei, que entrou em vigor no dia 16 Janeiro 1920, transformaria o país, mas não no sentido que queriam os seus partidários. Enquanto desaparecia todo um setor da indústria, não demorou a surgir uma economia paralela. A Máfia encontrou nessa proibição a oportunidade de desenvolver um mercado negro paralelo muito frutífero. Centenas de tabernas foram abertas secretamente, e apareceram em todos os lugares bares clandestinos (os famosos speakeasy): acredita-se que havia mais de 50 mil em Nova York. Graças ao contrabando, Al Capone, o famoso gangster americano, juntou uma grande fortuna, e a luta pelo controle do mercado favoreceu uma guerra de gangues sem precedentes. Em vez de reduzir a criminalidade, como se esperava, a Lei Seca pareceu aumentá-la.
Marcha a ré
Os partidários da 18ª emenda enfrentaram outra deceção: o alcoolismo não estava a diminuir entre os cidadãos. Também ocorriam muitos acidentes pelo consumo de álcool adulterado nos Speakeasy ou de perigosas misturas elaboradas de maneira artesanal. Além disso, a chegada da Depressão aumentou as críticas a uma lei que não só fez desaparecer um importante setor da economia, como também tinha privado o Estado dos impostos recebidos pela venda de álcool. Várias vozes reinvidicavam o fim da Lei Seca, e até algumas associações feministas terminaram unindo-se a elas, constatando que o destino das mulheres não tinha mudado muito. Durante a campanha presidencial de 1932, Roosevelt declarou-se contra a lei e, assim que foi eleito, colocou em votação a 21ª emenda  da Constituição, que eliminou em Dezembro de 1933 a proibição. A Lei Seca continuaria sendo aplicada em alguns estados, como Mississipi, que seria o último a abandoná-la em 1966.
JJ fotos
SALVAT
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