13 fevereiro 2013

Betty Boop - Atriz de Cinema

Betty Boop
Atriz de cinema
 Marfinite 14 cm - base 5x5 - extras: pormenores de pintura, acessórios base, feltro vermelho.
De todos os personagens que o produtor Max Fleischer criou, o seu preferido sem dúvida era Betty Boop. E não só porque, muito antes do marinheiro Popeye, esta bela morena foi o primeiro personagem dos estúdios Fleisher a se transformar realmente em estrela dos quadradinhos. De um modo ainda mais notável que o seu antecessor, o palhaço Koko, Betty dava um tom totalmente novo aos desenhos animados da época, e Max Fleischer, assim como o público, adorava a sua candura, o seu atrevimento, e, porque não, a sua generosa silhueta. Entretanto, o produtor surpreendeu-se ao descobrir que a aura de Betty Boop sobreviveria à sua carreira cinematográfica. De facto, quando a série de desenhos animados que protagonizava terminou bruscamente em 1939, a Boop Girl não caiu no esquecimento. Apesar de estar ausente das telas de cinema, transformou-se num ícone popular que parecia não ter sido afetado pelo tempo. Não dizem que as verdadeiras estrelas nunca morrem?
Max Fleischer
O genial criador de Betty Boop entrou para a história não só por ser o pai da nossa encantadora heroína, mas também pelo seu amplo legado no campo da animação. Como muitos americanos ilustres, Max Fleischer nasceu na Europa, mais concretamente na Cracóvia, no dia 10 Julho de 1883. Com quatro anos emigrou para Nova York acompanhado pelos pais. Aluno brilhante, Max realizou estudos de engenharia e trabalhou num jornal, onde demonstrou grandes dotes como desenhador.

A técnica da animação transformou-se na sua grande paixão, junto com Ethel Goldstein, com quem se casou em 1905 e teve dois filhos, entre eles o futuro diretor Richard Fleischer (Vinte Mil Léguas Submarinas e No Mundo de 2020). Em 1914 Fleischer inventou uma máquina revolucionária, que batizou com o nome de Rotoscópio e que permitia acrescentar mais naturalidade à técnica ainda incipiente do desenho animado. Graças ao Rotoscópio, Max pôde lançar em 1919 a série Out of the Inkwell, realizada com o seu irmão Dave e que faria um grande sucesso.
Em todos os níveis
Além de transformá-lo num produtor feliz, essa divertida série permitia que Max Fleischer não deixasse de inovar. Particularmente, inventou a técnica do caraok e, mais tarde, em 1925 dirigiu o primeiro filme sonoro de desenhos animados, três anos antes que Disney. Nos anos 1930 Max também foi um dos primeiros a entregar-se aos desenhos animados coloridos, assim como ao longa-metragem de animação (inventor incansável, registou ainda quinze patentes ao longo da sua carreira). De facto, pôde atrever-se com tais ousadias graças à imensa popularidade dos seus desenhos animados, especialmente os de Betty Boop e de Popeye.

Entretanto em 1942, enquanto a sua nova série Super-Homem triunfava, Max perdeu o controle dos estúdios Fleischer, em favor da Paramount. Não querendo admitir a sua derrota, continuou produzindo filmes para outras empresas, antes de  refazer, em 1958 a sua própria estrutura para apresentar cem novos episódios da série Out of Inkwell. Esta figura de Hollywood, tão respeitada, aposentar-se-ia no final dos anos 1960 e passaria a viver numa residência reservada a pessoas do mundo do cinema, onde morreria no dia 11 Setembro de 1972.

A miniatura
Que outra fantasia poderia ficar melhor em Betty do que a de “estrela de cinema” levando em conta que ela foi isso mesmo na realidade? De 1932 a 1939, a Boop Girl, como era apelidada, cativou o público das salas, graças a uma série de desenhos animados que na época eram considerados muito atrevidos. Com os seus minúsculos vestidos e os seus gestos falsamente ingénuos, Betty foi como um golpe de ar quente no cinema dos anos 1930, pelo menos até ser instaurado o Código Hays... A senhorita Boop foi a primeira estrela feminina do mundo dos desenhos animados, status que conserva até aos dias de hoje.
Vampiresas na tela
Louise Brooks
A atriz da lendária franjinha preta e corte Chanel, que interpretou a inesquecível Lulu, de Pabst, encarnou perfeitamente a mulher fatal dos anos 1920, antes de dar as costas a uma indústria que considerava alienante demais. Mary Louise Brooks, nascida em Novembro de 1906 numa pequena cidade do Kansas, teria um destino surpreendente. Quando criança recebeu uma educação pouco conformista. Seu pai, que era advogado, tinha duas paixões: a sua profissão e tocar violino.
Sua mãe apresentava palestras sobre literatura e recitais de piano num clube feminino. Incentivada a mostrar também os seus dons, a adolescente Louise transformou-se numa excelente bailarina. Depois de se instalar em Nova York para aperfeiçoar a sua formação (e perder o sotaque do interior) logo se uniu às célebres Ziegfeld Follies. Foi durante um espetáculo da revista que um caça-talentos de Hollywood a descobriu, numa noite de 1925. E aos 19 anos via que lhe ofereciam um contrato com a Paramount. Mary aceitou-o, apesar de não considerar que o cinema fosse realmente uma arte.
Vénus americanas
Louise interpretou o seu primeiro papel em A Vénus americana, e depois dividiu o protagonismo com a estrela masculina W.C. Fields em It’s the Old Army Game. Além de se ter relacionado sentimentalmente durante um breve período com o diretor desta firma, Edward Sutherland, a jovem atriz não deixava de começar uma filmagem depois da outra e transformou-se numa das “garotas da Paramount”. Com penteado Chanel e vestidos curtos, encarnava perfeitamente a flapper dos anos 1920, essa jovem emancipada que provocou a sociedade puritana. De facto, o papel caía como uma luva em Louise, já que ela tinha uma forte personalidade, o que provocou alguns conflitos com o estúdio. Entretanto, a Paramount levou-a a filmar com alguns dos seus melhores cineastas, como Howard Hawks e William Wellman.

O nascimento de um ícone
Porém em 1929 o contrato de Louise venceu. Com o pretexto de estar passando por dificuldades devido ao aparecimento do cinema falado, o estúdio tentou aproveitar a oportunidade e diminuir o seu salário, algo que a atriz rejeitou de forma contundente. Aceitou então filmar na Alemanha, sob a direção de um cineasta associado ao movimento da Nova Objetividade, Wilhelm Pabst. Naquela época não sabia que Lulu, a mulher fatal que interpretava em A Caixa de Pandora, constituiria o seu papel mais importante e daria origem a um verdadeiro culto. Pabst dirigiu-a mais tarde em Diary of a Lost Girl, outra obra-prima do cinema mudo, e depois Louise filmou, na França Prix de Beauté. Louise voltou aos Estados Unidos em 1931, porém o seu espírito livre e a sua franqueza prejudicaram a sua carreira. Ainda faria sete filmes antes de renunciar à profissão de atriz em 1938. Aos 32 anos “Lulu” passou a se dedicar à dança, à escrita e à pintura, atividades que praticaria até à sua morte, ocorrida em 1985 no estado de Nova York.
 JJ fotos
SALVAT
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