Betty Boop
Hospedeira do Ar
Marfinite 14 cm -
base 5x5 cm - extras: pormenores de pintura, acessórios base, feltro vermelho.
Embora Betty Boop seja um personagem de desenho animado, também
viveu as alegrias e as tristezas das estrelas reais. Como tantas outras
atrizes, teve de trabalhar como figurante em algumas séries de desenhos até que
lhe prestassem atenção. Depois disso, quando já estava em evidência, tornou-se
protagonista da sua própria série. Na mesma época passou por uma “mudança de
visual” algo que foi menos doloroso para ela que para as suas colegas humanas:
enquanto os estúdios submetiam estas últimas a tratamentos que chegavam até a
arrancar os seus dentes, Betty apenas teve orelhas de cachorrinha apagadas o
nariz redesenhado, para ficar mais sexy.
Só então pôde finalmente
transformar-se numa diva da Paramount, companhia que garantia a distribuição
dos seus filmes. Contudo, Betty, como a maioria das atrizes, também sofreria a
tirania do estúdio, que a faria passar por uma mudança de imagem não
esperada... A sua carreira terminaria assim prematuramente no final dos anos
1930. Mas, como aconteceu com Jean Harlow
e Marilyn Monroe, o que conseguiram com
isso foi transformar Betty num mito.
Paramount Girl
Como consequência de um acordo de distribuição entre os seus
criadores e a Paramount, Betty transformou-se durante os anos 1930 numa das sex
symbols do célebre estúdio. Para o bem e para o mal. Foi em 1928 que os irmãos Fleischer, proprietários dum pequeno
estúdio de animação nova-iorquino, decidiram associar-se à Paramount. Criada
pelos pioneiros do cinema no início da década de 1910, essa companhia era
naquele momento a mais poderosa do setor. Instalada em Hollywood, a Paramount
foi a primeira empresa a distribuir filmes em todo o país, tanto os que ela
própria criava como os que comprava de outras companhias.
Além disso, contava
com a sua própria rede de salas de cinema, cobrindo assim toda a cadeia
cinematográfica. Essa associação era, desta forma, um verdadeiro achado para os
irmãos Fleischer, cujos filmes seriam distribuídos a partir de então por uma
poderosa rede. Especialmente os de Betty Boop, que logo se transformaria numa
estrela de âmbito nacional. No começo dos anos 1930, essa morena era uma das
três vampiresas oficiais da Paramount, que se juntava a duas rivais: Mae West e Marlene
Dietrich.
Autocensura
Infelizmente, assim como as suas colegas, Betty teria o seu
sucesso arruinado em 1934, com a instauração do famoso Código Hays (provocado, segundo contam alguns,
pelos excessos de Mae West, que, se comparados aos dias de hoje, nos parecem
bem moderados...). Desde aquele momento, as heroinas da tela, tanto as de desenho animado como as de carne e osso,
tinham de dar mostras da sua moralidade, ou seriam boicotadas. A Paramount, que
já se aproximava da falência por causa da Grande Depressão, pediu aos Fleischer
que tornassem Betty menos provocadora, mesmo sabendo que assim causariam também
a sua decadência.
Contudo, a Paramount também distribuía os filmes do Popeye, a outra estrela dos Fleischer, motivo pelo
qual a associação entre as duas companhias perduraria, pelo menos até que o
estúdio de animação começasse a passar também por grandes dificuldades
financeiras, agravadas pela relação cada vez pior entre os dois irmãos
Fleischer. A Paramount aproveitou então para tomar o controle total do estúdio
Fleischer, que foi renomeado como Famous Studios em 1942. Apesar disso, a mudança já não
afetaria Betty, cuja série tinha terminado em 1939.
A miniatura
Se existe roupa feita sob medida para Betty Boop, é a de
hospedeira do ar! Uma sex symbol como ela não poderia deixar de vestir um dos
famosos uniformes da profissão que há muito tempo ocupa um lugar de honra nos
sonhos masculinos. Imaginamos Betty indo e voltando pelo corredor, trajando o
seu vestidinho e atendendo aos passageiros. E se as turbulências fizerem o
avião se movimentar demais, essa encantadora hospedeira poderá pegar seu violão
para tranquilizar os passageiros, entoando a sua música-fetiche. E mais – não
tenham dúvidas – com Betty não há desculpas para atrasos...
Vampiresas na tela
Betty Grable
Digna herdeira da Boop Girl, a outra Betty do cinema tinha o
físico ideal para enlouquecer os soldados da Segunda Guerra Mundial. Uma tarefa
que a transformaria na rainha das bilheteiras durante dez anos. Elizabeth
Grable nasceu no dia 18 de Dezembro de 1916 em Saint-Louis, Missouri. A mãe
tinha grandes planos para ela, por isso a menina estudou dança desde os três
anos e ambas foram para Hollywood dez anos depois. Mentindo sobre a sua idade,
a jovem, que era chamada de Betty, conseguiu um contrato como chorus girl, na
comédia musical “Happy Days”.
Parecia estar entrando naquele mundo, mas embora
tivesse começado a aparecer em muitos filmes, continuava relegada aos números
musicais. Em 1937 Betty casou-se com o jovem ator Jackie Coogan (o menino de “O
Garoto de Chaplin”) o que atraiu a atenção do público para ela. O casal
trabalhou junto no filme “Ela prefere um atleta (Millios Dollar Legs, Nick
Grinde 1939), mas foi somente depois de um show musical da Broadway que Betty
ficou finalmente famosa.
Pin-up Girl
Os diretores da Fox contrataram então a jovem, decididos a
transformá-la na estrela da casa. Betty fez várias comédias musicais com
títulos sugestivos, com “Serenata Tropical” e Moon over Miami, filmes que
destacavam o seu radiante sorriso e o seu corpo perfeito. Proclamando ela que
tinha as pernas mais belas de Hollywood, o estúdio decidiu segurá-las com o
valor de um milhão de dólares! A decisão não foi só uma jogada de marketing,
pois o fulgurante sucesso de Betty transformou-a na atriz mais bem paga dos
anos 1940. Ela era especialmente popular entre os soldados, que penduravam nos
dormitórios coletivos a famosa foto na qual a estrela aparece de maiô. Assim,
Betty converteu-se numa lenda com dois apelidos: “Pin-up girl” (que são
efetivamente as moças cujas fotos eram penduradas nas paredes) e “A garota das
pernas de um milhão de dólares”.
SALVAT
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