16 fevereiro 2013

Betty Boop - Enfermeira

Betty Boop
Enfermeira
Marfinite 15 cm - base 5x5 cm - extras: pormenores de pintura, acessórios da base.
O sucesso de Betty Boop deve-se em parte, à forma como os seus cartoons misturam habilmente fantasia e realidade. Por um lado, a aparência de Betty, uma bela jovem morena, lembra muito a das norte-americanas dos anos 1930. Por acaso a jovem diva não deve constantemente solucionar problemas, provocados, na maioria das vezes, por um ambiente masculino que nem sempre é muito prático? Além disso, o universo desses cartoons também ilustra uma vida urbana às vezes difícil, uma realidade quotidiana oposta ao inocente otimismo das produções Disney da época.
O público americano da Grande  Depressão pode encontrar nas aventuras de Betty Boop o reflexo das suas próprias dificuldades. Entretanto, esses cartoons também levam os espectadores para longe da realidade sobretudo graças ao especial atrativo da sua heroína. Dessa forma, Betty é a mulher na qual desejariam se transformar todas as americanas, para satisfazerem a si mesmas e aos seus maridos. Uma identificação que se acentua ainda mais com as múltiplas tarefas que a pin-up se diverte em interpretar, tão confortável no seu papel de sofisticada mulher da cidade quando no de encantadora enfermeira.
A voz de Betty
Nos cartoons dos anos 1930, Betty Boop não tem sómente um físico invejável, mas também uma voz inconfundível entre mil. É a voz de Mae Questel, atriz cuja carreira ficou para sempre associada à de pin-up girl. Embora no começo da aventura de Betty Boop muitas mulheres tenham emprestado as suas vozes à bela morena, uma delas logo seria escolhida pelo estúdio Fleischer como intérprete exclusiva de Betty. A atriz Mae Questel, nascida no Bronx em 1908, faz sua apresentação num cabaré na mesma época em que Max Fleischer está procurando uma atriz para os seus novos desenhos animados. Por puro acaso, o produtor assiste ao espetáculo uma noite, no qual a jovem imita a vedeta Helen Kane, que foi uma das fontes de inspiração de Betty Boop.
A jovem é contratada no mesmo instante. Obviamente, ela não teria nenhum problema para sussurrar o célebre “Boop boop a doop” de Betty, empréstimo também de Helen Kane. Além disso, Mae revela ser uma extraordinária imitadora: consegue copiar a voz de dezenas de atores e reproduzir o som de todos os tipos de animais. Encantados com as suas aptidões vocais, os irmãos Fleischer confiam a ela a voz da sua heroína em quase todos os cartoons realizados durante os anos de 1930. Daquele momento em diante, todo o mundo conheceria Mae Questel com o apelido de “Betty Boop girl”.
Uma vida dupla
Quando a série de Betty Boop termina, no final dos anos 1930, Mae Questel não deixa de ter trabalho, já que, desde 1933 o estúdio Fleischer também confiou a ela a tarefa de colocar voz em Olive Oyl, isto é, a Olívia Palito, esposa de Popeye, o marinheiro. Esse novo papel só faz aumentar a fama da atriz, e, ainda mais considerando que a série de desenhos de Popeye, duraria muito mais que a de Betty Boop.
Mae Questel faz a voz de Olívia até 1957. Durante a guerra também empresta a sua voz a Popeye, quando o ator que o dobrava normalmente teve de cumprir com as suas obrigações militares! Entretanto, apesar de todos esses serviços, Mae Questel teve de suportar uma afronta: foi obrigada a passar por uma audição para o lançamento de uma série de desenhos animados de Popeye durante os anos 1960. Ainda mais grave que isso foi o facto de não a contratarem para interpretar a Olívia! Por sorte, paralelamente a atriz participa de grandes sucessos no teatro e roda alguns filmes, entre eles “Histórias de Nova York”. Obviamente, quando Boop volta a aparecer no filme “Uma cilada para Roger Rabbit (Who Framed Roger Rabbit) de 1988, foi Mae Questel quem de novo emprestou a sua voz.
A miniatura de Betty Boop enfermeira
O Código Hays, regras de autocensura que entraram em vigor em 1934, assim denominado pelo sinistro senador William H. Hays, pretendia conseguir que os cartoons de Betty fossem muito mais “decentes”, já que ela continuava sendo o símbolo de uma transbordante sensualidade. Não era de estranhar vê-la vestida de enfermeira, a fantasia por excelência de tantos espectadores norte-americanos e de todo o mundo, A sua ínfima bata branca parecia quase ter sido inventada exclusivamente para que Betty a usasse voluptuosamente, revelando uma silhueta cheia de curvas. A única dúvida era se uma roupa como aquela conseguiria baixar alguma febre...
Os anos 1930 nos Estados Unidos
 A Grande Depressão Americana
A grave e longa crise económica dos anos 1930 continua sendo um dos maiores traumas vividos pelos Estados Unidos, que naquele momento acreditavam que o seu crescimento jamais se deteria, até que o sonho se transformou em pesadelo. O dia 24 de Outubro de 1929 constitui uma das datas mais conhecidas da história dos Estados Unidos. Esse dia é a chamada “quinta-feira negra” na qual ocorreu em Wall Street uma quebra na bolsa de valores sem precedentes. Primeiro acreditava-se que não seria grave, porém, alguns dias mais tarde, durante a “segunda-feira negra” a crise demonstra ser mais preocupante do que o previsto, e a euforia vivida pelo país durante toda a década anterior termina brutalmente.
Confiantes no boom industrial dos anos anteriores, os poderes financeiros deixaram-se levar por uma desenfreada especulação na bolsa, provocando a quebra de 1929. Como um dominó, todos os setores económicos viram-se afetados, e centenas de bancos fecharam. A crise da bolsa transformou-se então numa verdadeira crise económica: milhares de pessoas são demitidas, e o país acaba com 15 milhões de desempregados em 1933. Paralelamente, a crise foi-se estendendo pouco a pouco e causa mais efeitos; de facto, as suas repercussões contribuem até mesmo para aumentar a popularidade de Adolf Hitler na Alemanha.
Uma década de crise
No momento da quebra da bolsa, o presidente dos Estados Unidos era Herbert Hoover que não conseguiu resolver a situação. Portanto, nas eleições de Novembro de 1932 Franklin Delano Roosevelt toma o poder, e empreende um programa que o fará famoso: o New Deal - Novo Acordo.
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Altaya
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