20 setembro 2008

Viaduto das Águas Livres
Ponte sobre o Tejo
Cristo Rei
Lisboa e Almada
O Aqueduto das Águas Livres é um complexo sistema de captação, adução e distribuição de água à cidade de Lisboa, em Portugal, e que tem como obra mais emblemática a grandiosa arcaria em cantaria que se ergue sobre o vale de Alcântara, um dos bilhetes postais de Lisboa.
O Aqueduto foi construído durante o reinado de
D. João V, com origem na nascente das Águas Livres, em Belas, e foi sendo progressivamente reforçado e ampliado ao longo do século XIX. Resistiu incólume ao Terramoto de 1755.
A única área de Lisboa com nascentes de água era o bairro de Alfama. Com o crescimento da Lisboa para fora das cercas medievais foi-se instalando uma situação de défice crónico no abastecimento de água à cidade. Foi ganhando então força a ideia de aproveitar as águas do vale da ribeira de Carenque, na região de Belas. Estas águas haviam já sido utilizadas pelos romanos, que aí haviam construído uma barragem e um aqueduto.
O projecto foi custeado com a receita de uma taxa sobre a carne, o vinho, o azeite e outros produtos alimentares. Apesar de só ter sido concluído no século XIX, em 1748 já atendia a função de fornecer água à cidade.
Na primeira fase da sua construção, de
1732 até à chegada a Lisboa em 1748, contou com a participação de arquitectos e engenheiros militares famosos, nomeadamente António Canevari (italiano), Manoel de Azevedo Fortes, Silva Pais, Manuel da Maia, Custódio Vieira (autor da arcaria sobre o vale de Alcântara) e Carlos Mardel (húngaro). Manuel da Maia e Carlos Mardel haveriam de ter, após o grande terramoto de 1755, um papel crucial na reconstrução da Baixa Pombalina.
O caminho público por cima do aqueduto, esteve fechado desde
1853, em parte devido aos crimes praticados por Diogo Alves (o Pancadas), um criminoso que lançava as suas vítimas do alto dos arcos depois de as roubar, simulando um suicídio, e que foi o último decapitado da História de Portugal.
O aqueduto manteve-se em funcionamento até 1968, tendo sido definitivamente desactivado pela EPAL em 1974. Actualmente é possível fazer um passeio guiado pela arcaria do vale de Alcântara. Também é possível, ocasionalmente, visitar o reservatório da Mãe d'Água das Amoreiras, o Reservatório da Patriarcal e troços do aqueduto geral na região de Belas e Caneças.

Características
Aqueduto das Águas Livres, Mãe de Água Velha, Belas.
O aqueduto tinha início na
Mãe de Água Velha, que recolhia a água da nascente da Água Livre, em Belas, e terminava na Mãe de Água das Amoreiras após um percurso de 14.174 metros.
A extensão da rede de captação e adução, incluindo todos os tributários, foi crescendo até atingir um total de 47
quilómetros, recolhendo água de 58 nascentes. Se ainda se considerarem os 11 quilómetros da rede de distribuição dentro da cidade, o sistema atinge uma extensão total de 58 quilómetros.

Captação e adução
De entre os aquedutos que alimentaram o aqueduto principal destacam-se:
Aqueduto do Caneiro
Aqueduto da Mata
Aqueduto das Francesas
Antes de chegar ao centro de Lisboa, o aqueduto alimentava vários chafarizes na
Falagueira (Amadora), Benfica e São Domingos de Benfica.
Com 127 arcos, a sua parte mais conhecida são os 35
arcos sobre o vale de Alcântara, o mais alto dos quais (o Arco Grande) mede 65 metros de altura e dista 29 metros entre pegões, sendo o maior arco ogival do mundo.
O aqueduto entrava em Lisboa pelo lado ocidental a uma cota de 95 m, o que permitiu a criação de uma extensa rede de chafarizes em toda essa zona da cidade.

Distribuição
Na extremidade do aqueduto, a Mãe d'Água das Amoreiras recebia e distribuía a água do aqueduto por galerias e encanamentos que encaminhavam a água para uma rede de
chafarizes públicos.
Eram quatro as galerias que distribuíam a água na zona da cidade de Lisboa compreendida entre os vales de
Arroios e de Alcântara:
Galeria das Necessidades
Galeria da Esperança
Galeria do Loreto
Galeria de Santana

Bibliografia
CASEIRO, Carlos et alli. "Histórias e outras Memórias do Aqueduto das Águas Livres". EPAL, Lisboa 1999
PINTO, Luís Leite. "História do Abastecimento de Água à Região de Lisboa". EPAL, Lisboa 1989
MOITA, Ana Paula et alli. "Lisboa e o Aqueduto". Catálogo. Câmara Municipal de Lisboa, Lisboa 1997
Google - Wikipedia
JJ edição de foto

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