24 setembro 2008

Estação Ferroviária de S. Bento






Porto
Estação Ferroviária de S. Bento
A Estação de São Bento é uma
estação ferroviária localizada na Praça de Almeida Garrett, na cidade do Porto, Portugal.
Apesar do primeiro comboio ter chegado àquele local no dia
7 de Novembro de 1896, a Estação de São Bento só foi inaugurada em 1916.
Foi edificada no princípio do
século XX no preciso local onde existiu o Convento de São Bento de Avé-Maria. Daí o nome com que a estação foi baptizada.
O átrio está revestido com vinte mil
azulejos historiados do pintor Jorge Colaço (1864-1942). É um dos mais notáveis empreendimentos artísticos que marcou o início do século XX.
Sede da
CP Urbanos do Porto, Unidade de Negócios da empresa Caminhos de Ferro Portugueses, responsável pela prestação do serviço urbano de transporte de passageiros na região, actualmente faz interface com a estação de São Bento (Metro) da linha D do Metro do Porto.
O edifício é do arquitecto
Marques da Silva.

Antecedentes Históricos
No início do
século XVI, mais precisamente em 1518, o rei D. Manuel I, que no ano anterior outorgara foral ao Porto, mandou construir à custa de sua fazenda, o Mosteiro da Avé Maria ou da Encarnação das monjas de S. Bento, dentro dos muros da cidade, no local chamado das hortas do Bispo ou Cividade.
Desejando o rei que os Mosteiros das Religiosas se transferissem dos montes para as cidades, neste foram recolhidas as monjas dos Mosteiros de
Rio Tinto, Vila Cova, Tarouquela e Tuías, no dia 6 de Janeiro de [1535]. Foi a sua primeira abadessa D. Maria de Melo, monja de Arouca e, ao mesmo tempo, regedora do Mosteiro de Tarouquela.
Vários testemunhos referem-se ao Real Convento como uma maravilha em decoração e magnificência, deduzindo-se ter predominado inicialmente o estilo
manuelino. Deduz-se, pois foram muitas as alterações e aditamentos qua a igreja e o convento sofreram durante os anos, a última motivada por um incêndio em 1783, que ao tempo da demolição apenas restava um arco manuelino da traça primitiva.

Com a afirmação do Liberalismo no início do séc. XIX, este regime, depois de extintas as ordens religiosas, confiscou os seus bens por decretos de 1832 e 1834, determinando que estes passassem para o Estado após a morte da última religiosa. No caso do Mosteiro da Avé Maria, esta terá falecido em 1892, ficando as instalações devolutas. Contam-se várias histórias de que, em certas noites, ainda é possível ouvir as rezas da monja a ecoar pelos corredores das alas da estação!
A demolição dos claustros inicia-se cerca de
1894 e a da igreja processa-se entre Outubro de 1900 e Outubro de 1901.
As ossadas das monjas foram recolhidas numa catacumba mandada construir no cemitério do Prado do Repouso pela
Câmara Municipal do Porto, em 1894.
O que resta do espólio pode apreciar-se no
Museu do Seminário do Porto (talha), na Igreja de São João das Caldas em Vizela (retábulo-mor da igreja), Paço de S. Cipriano em Guimarães (azulejos do claustro), no Museu Nacional de Arte Antiga em Lisboa (báculo da Abadessa) e no Mosteiro de Singeverga em Roriz (cibório com pedras finas).

O Edifício e o Túnel
O edifício foi construído de acordo com o projecto do arquitecto
Marques da Silva.
Na inauguração da gare (no dia 1 de Maio de 1915), verificou-se que o projecto esquecera a sala de espera e as bilheteiras.

Os Azulejos
No sentido de amenizar a impressão da severa nobreza do granito utilizado na fachada majestosa do edifício, recorreu-se à tradição da
azulejaria portuguesa para decorar a "sala de visitas" da cidade. Das diversas propostas apresentadas, foi aprovada por portaria de 24 de Novembro de 1905 a apresentada por Jorge Colaço (1868/1942), um pintor, ceramista, ilustrador e caricaturista com provas dadas no Hotel do Buçaco e na Escola Médica de Lisboa. O valor da obra estipulado em contrato foi de 20 contos de réis.
A recepção definitiva ocorreu a 29 de Maio de 1916. Da execução foi incumbida a Fábrica Cerâmica Lusitana em
Lisboa e os trabalhos foram fixados a cal e saibro, materiais que se têm revelado pouco eficazes e que obrigam a que hoje os painéis se encontrem protegidos por telas de tecido transparente de modo a evitar a sua queda, mesmo após a conclusão das obras de construção da estação do metro.
Estão representadas várias cenas da história de Portugal:
"O
Torneio de Arcos de Valdevez"
"
Egas Moniz apresentando-se com a mulher e os filhos ao rei de Leão Afonso VII (séc. XII)"
"Entrada de
D. João I no Porto para celebrar o seu casamento com D. Filipa de Lencastre (séc. XIV)"
"
Infante D. Henrique na Conquista de Ceuta (séc. XV)"
Momentos alusivos à história dos transportes.
Os azulejos Ocupam uma área superior a 550 metros

Referências
Brochura Estação de Porto S. Bento - Edifício de Passageiros - 75º Aniversário, da Direcção de Operações Norte da CP, de 5 de Outubro de 1991. Textos da Dra. Rosa Gomes.

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JJ edição de fotos

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