24 setembro 2008

Coimbra




Coimbra
Coimbra é uma
cidade portuguesa, capital do Distrito de Coimbra, principal cidade da região Centro de Portugal e situada na subregião do Baixo Mondego, em 2007 uma estimativa apontava para cerca de 137.000 habitantes no seu concelho. Cidade historicamente de estudantes, conta actualmente com perto de 30 mil estudantes, grande parte dos mesmos de fora, somando-se ainda cerca de 45 a 48 mil entradas de população que reside em concelhos periféricos, resulta uma população flutuante de aproximadamente 212.000 pessoas. É o centro da Área Metropolitana de Coimbra.

Banhada pelo rio Mondego, Coimbra é sede de um município com 319,4 km² de área, subdividido em 31 freguesias, 13 das quais urbanas ou maioritariamente urbanas. O município é limitado a norte pelo município de Mealhada, a leste por Penacova, Vila Nova de Poiares e Miranda do Corvo, a sul por Condeixa-a-Nova, a oeste por Montemor-o-Velho e a noroeste por Cantanhede.
É considerada uma das mais importantes cidades portuguesas, devido a infraestruturas, organizações e empresas que detém e que servem toda a população, que a sua importância histórica e priveligiada posição geográfica na região centro, lhe possibilitou centralizar. Os
Hospitais da Universidade de Coimbra, o Hospital dos Covões e a Universidade de Coimbra são três grandes exemplos.

O feriado municipal ocorre a 4 de Julho, em memória da Rainha Santa Isabel, padroeira da cidade.
Foi Capital Nacional da Cultura em
2003 e é uma das cidades mais antigas de Portugal, tendo como principal ex-libris a sua Universidade, uma das mais antigas da Europa.

Educação
Por bastantes vezes, Coimbra é chamada de “Cidade dos estudantes” ou “Lusa-Atenas”, principalmente por ter uma das mais antigas e prestigiadas universidades da
Europa – a Universidade de Coimbra (UC) é a herdeira do Estudo Geral solicitado ao Papa pelo Rei D. Dinis e por um conjunto de prelados portugueses em 1288, e que viria a obter confirmação pontifícia em 1290, tendo-se estabelecido inicialmente em Lisboa. Após uma itinerância atribulada entre Lisboa e Coimbra durante os séculos XIII e XIV, a universidade viria a estabelecer-se estavelmente em Coimbra em 1537, tendo o Rei D. João III cedido o próprio paço real para as instalações. Estas instalações foram adquiridas pela Universidade no reinado de Filipe I, sendo desde então conhecidas por Paço das Escolas. Nos dias correntes, a Universidade de Coimbra tem aproximadamente 23 000 alunos, sendo 10% estrangeiros de 70 nacionalidades diferentes, sendo assim a mais internacional das universidades portuguesas.
É também em Coimbra que existe a mais antiga e maior associação de estudantes do país – a
Associação Académica de Coimbra fundada a 3 de Novembro de 1887. Esta organização representa todos os alunos da UC.

Para além da UC, existem outras escolas e institutos superiores públicos (como o Instituto Politécnico de Coimbra e a Escola Superior de Enfermagem de Coimbra) e privados (Escola Universitária Vasco da Gama, Instituto Superior Miguel Torga, Instituto Superior Bissaya Barreto (ISBB), Escola Universitária das Artes de Coimbra), o que faz com que a cidade tenha 35 000 estudantes.
Para seguir estudos superiores, Coimbra foi durante séculos, escolhida por um largo número de jovens de todos os cantos de Portugal por ser a única universidade Portuguesa. Ainda hoje goza de algum desse estauto herdado do passado, mas a que não é alheia a vasta oferta nos vários campos de educação mas também pois, pela qualidade e prestígio da velha universidade e a popularidade de alguns institutos e escolas, assim como o famoso ambiente estudantil e tradição que se vivem na cidade.

A cidade tem também um vasto número de escolas públicas e privadas de ensino básico e secundário, sendo algumas, das melhores no ranking nacional – Escola Secundária Infanta Dona Maria (a melhor do país em ensino público), Escola Secundária de Avelar Brotero (pública), Colégio Rainha Santa Isabel (uma das melhores a nível nacional no ensino privado), Escola Secundária José Falcão (pública), Escola Secundária de Dom Duarte (pública), Escola Secundária de Dom Dinis (pública) e a Escola Secundária da Quinta das Flores (pública).

História
Cidade de ruas estreitas, pátios, escadinhas e arcos medievais, Coimbra foi berço de nascimento de seis reis de Portugal e da
Primeira Dinastia, assim como da primeira Universidade do País e uma das mais antigas da Europa.
Os
Romanos chamaram à cidade, que se erguia pela colina sobre o Rio Mondego, Aeminium. Mais tarde, com o aumento da sua importância passou a ser sede de Diocese, substituindo a cidade romana de Conímbriga, donde derivou o seu novo nome. Em 711 os mouros chegaram à Península Ibérica e a cidade passa a chamar-se Kulūmriyya, tornando-se num importante entreposto comercial entre o norte cristão e o sul árabe, com uma forte comunidade moçárabe. Em 871 torna-se Condado de Coimbra mas apenas em 1064 a cidade é definitivamente reconquistada por Fernando Magno de Leão.

Coimbra renasce e torna-se a cidade mais importante abaixo do rio Douro, capital de um vasto condado governado pelo moçárabe Sesnando. Com o Condado Portucalense, o conde D. Henrique e a rainha D. Teresa fazem dela a sua residência, e viria a ser na segurança das suas muralhas que iria nascer o primeiro rei de Portugal, D. Afonso Henriques, que faz dela a capital do condado, substituindo Guimarães (é aliás esta mudança da capital para os campos do Mondego que se virá a revelar vital para viabilizar a independência do novo país, a todos os níveis: económico, político e social). Qualidade que Coimbra conservará até 1255, quando a capital passa a ser Lisboa.

No século XII, Coimbra apresentava já uma estrutura urbana, dividida entre a cidade alta, designada por Alta ou Almedina, onde viviam os aristocratas, os clérigos e, mais tarde, os estudantes, e a Baixa, do comércio, do artesanato e dos bairros ribeirinhos.
Desde meados do
século XVI que a história da cidade passa a girar em torno à história da Universidade de Coimbra, sendo apenas já no século XIX que a cidade se começa a expandir para além do seu casco muralhado, que chega mesmo a desaparecer com a reformas levadas a cabo pelo Marquês de Pombal.

A primeira metade do século XIX traz tempos difíceis para Coimbra, com a ocupação da cidade pelas tropas de Junot e Massena, durante a invasão francesa e, posteriormente, a extinção das ordens religiosas. No entanto, na segunda metade de oitocentos, a cidade viria a recuperar o esplendor perdido – em 1856 surge o primeiro telégrafo eléctrico na cidade e a iluminação a gás, em 1864 é inaugurado o caminho-de-ferro e 11 anos depois nasce a ponte férrea sobre as águas do rio Mondego.
Com a Universidade como referência inultrapassável, desta surgem movimentos estudantis, de cariz quer político, quer cultural, quer social. Muitos desses movimentos e entidades não resistiram ao passar dos anos, mas outros ainda hoje resistem com vigor ao passar dos anos. Da Univesidade surgiram e resistem ainda hoje em plena actividade primeiro o
Orfeon Académico de Coimbra, em 1880, o mais antigo coro do país, a própria Associação Académica de Coimbra, em 1887, e a Tuna Académica da Universidade de Coimbra, em 1888. Com o passar dos anos, inúmeros outros organismos foram surgindo. Com presença em três séculos e um peso social e cultural imenso, o Orfeon Académico de Coimbra representou o país um pouco por todo o mundo, em todos os continentes, levando a música coral portuguesa e o Fado de Coimbra a todo o mundo.

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