Lisboa à noite
Lisboa é simultaneamente a capital[2] e a maior cidade de Portugal. A cidade, além de ser a capital do país, é também capital do distrito de Lisboa, da região de Lisboa, da Área Metropolitana de Lisboa, e é ainda o principal centro da sub-região estatística da Grande Lisboa. Eclesiasticamente, é sede da diocese e do Patriarcado de Lisboa. Todos os dias se deslocam para a capital cerca de 2,1 milhões de pessoas, constituindo uma população flutuante que lhe imprime uma dinâmica cosmopolita.
A região de Lisboa, com um PIB per capita superior à média da União Europeia, é a mais rica de Portugal. Duas agências europeias têm sede em Lisboa: o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e a Agência Europeia de Segurança Marítima. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa também está sedeada em Lisboa.
A região situa-se à volta da cidade de Lisboa, do estuário do Tejo e no norte da Península de Setúbal. Tem aproximadamente de 509 mil a 751 mil habitantes (2006) [1] e uma área metropolitana envolvente que ocupa cerca de 2.750 km², com cerca de 3 milhões de habitantes. Esta e a cidade constituem 27% da população do país. O concelho de Lisboa tem 83,84 km² de área. A densidade demográfica é de 9518,1 hab./km². O concelho subdivide-se em 53 freguesias e faz fronteira a norte com os municípios de Odivelas e Loures, a oeste com Oeiras, a noroeste com Amadora e a sudeste com o estuário do Tejo. Por este estuário, Lisboa une-se aos concelhos da Margem Sul: Almada, Seixal, Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete.
A região de Lisboa, com um PIB per capita superior à média da União Europeia, é a mais rica de Portugal. Duas agências europeias têm sede em Lisboa: o Observatório Europeu da Droga e da Toxicodependência e a Agência Europeia de Segurança Marítima. A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa também está sedeada em Lisboa.
A região situa-se à volta da cidade de Lisboa, do estuário do Tejo e no norte da Península de Setúbal. Tem aproximadamente de 509 mil a 751 mil habitantes (2006) [1] e uma área metropolitana envolvente que ocupa cerca de 2.750 km², com cerca de 3 milhões de habitantes. Esta e a cidade constituem 27% da população do país. O concelho de Lisboa tem 83,84 km² de área. A densidade demográfica é de 9518,1 hab./km². O concelho subdivide-se em 53 freguesias e faz fronteira a norte com os municípios de Odivelas e Loures, a oeste com Oeiras, a noroeste com Amadora e a sudeste com o estuário do Tejo. Por este estuário, Lisboa une-se aos concelhos da Margem Sul: Almada, Seixal, Barreiro, Moita, Montijo e Alcochete.
Diz a lenda popular e romântica que a cidade de Lisboa foi fundada pelo herói grego Ulisses, e que tal como Roma o seu povoado original foi rodeado por sete colinas.
Com a chegada dos Celtas estes misturaram-se com os Iberos locais, dando origem às tribos de língua celta da região.
Os gregos antigos tiveram provavelmente na foz do rio Tejo um posto de comércio durante algum tempo, mas os conflitos que grassavam por todo o mediterrâneo, levaram sem dúvida ao seu abandono, devido sobretudo ao poderio Cartaginense de toda a região nessa época.
A Torre de Belém, um dos monumentos mais famosos de Portugal
Após a conquista a Cartago do oriente peninsular, os romanos iniciam as guerras de pacificação do ocidente. Cerca de 205 a.C. os Olisiponenses estabeleceram uma aliança estratégica com os romanos, lutando lado a lado com as legiões, conquistando a vitória e sendo absorvida no império e recompensada com a atribuição de cidadania romana, um privilégio raríssimo já naquela época para povos não italianos. Felicitas Julia, como a cidade viria a ser conhecida, beneficia do estatuto de municipium, juntamente com os territórios em redor, até uma distância de 50 quilómetros, não pagando impostos a Roma, ao contrário de quase todos os outros castros e povoados autóctones conquistados. Foi incluída com larga autonomia na província da Lusitânia, cuja capital era Emeritas Augusta, a actual Mérida (na Extremadura Espanhola).
Com a chegada dos Celtas estes misturaram-se com os Iberos locais, dando origem às tribos de língua celta da região.
Os gregos antigos tiveram provavelmente na foz do rio Tejo um posto de comércio durante algum tempo, mas os conflitos que grassavam por todo o mediterrâneo, levaram sem dúvida ao seu abandono, devido sobretudo ao poderio Cartaginense de toda a região nessa época.
A Torre de Belém, um dos monumentos mais famosos de Portugal
Após a conquista a Cartago do oriente peninsular, os romanos iniciam as guerras de pacificação do ocidente. Cerca de 205 a.C. os Olisiponenses estabeleceram uma aliança estratégica com os romanos, lutando lado a lado com as legiões, conquistando a vitória e sendo absorvida no império e recompensada com a atribuição de cidadania romana, um privilégio raríssimo já naquela época para povos não italianos. Felicitas Julia, como a cidade viria a ser conhecida, beneficia do estatuto de municipium, juntamente com os territórios em redor, até uma distância de 50 quilómetros, não pagando impostos a Roma, ao contrário de quase todos os outros castros e povoados autóctones conquistados. Foi incluída com larga autonomia na província da Lusitânia, cuja capital era Emeritas Augusta, a actual Mérida (na Extremadura Espanhola).
No tempo dos romanos a cidade era famosa pelo garum, um molho de luxo feito à base de peixe, exportado em ânforas para Roma e todo o império, assim como vinho, sal e cavalos da região. Ptolomeu chamou a cidade de Oliosipon.
No fim do domínio romano Olissipo seria um dos primeiros núcleos a acolher o cristianismo. O primeiro bispo da cidade foi São Gens. Sofreu invasões bárbaras dos alanos, vândalos e depois fez parte do reino dos suevos, antes de ser tomada pelos visigodos de Toledo, que a chamaram de Ulishbona.
Lisboa foi então tomada no ano 719 pelos mouros provenientes do norte de África. Em árabe chamavam-lhe al-Lixbûnâ. Construiu-se neste período a cerca moura. Só mais de 400 anos depois os cristãos a reconquistariam graças ao primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, e ao seu exército de cruzados, em 1147. O primeiro rei português concedeu-lhe foral em 1179. A cidade tornou-se capital do reino em 1255 devido à sua localização estratégica. A seguir à reconquista foi instituída a diocese de Lisboa que, no século XIV, seria elevada a metrópole (arquidiocese).
Terreiro do Paço ou Praça do Comércio
Rossio, marco de estilo barroco.
Rua Augusta, na Baixa Pombalina
Nos últimos séculos da idade média a cidade expandiu-se e tornou-se um importante porto com comércio estabelecido com o norte da Europa e com as cidades costeiras do Mar Mediterrâneo. Em 1290 o rei Dom Dinis mandou estabelecer a primeira universidade de Portugal em Lisboa (que foi transferida para Coimbra em 1308), a cidade então já dispunha de grandes edifícios religiosos e conventuais.
Dom Fernando I, "o Formoso", construiu a famosa Muralha Fernandina, já que a cidade crescia rapidamente para fora do perímetro inicial. Começando pelo lado dos bairros mais pobres e acabando nos bairros da burguesia, a maior parte do dinheiro utilizado veio desta última. Esta estratégia mostrou-se conveniente, já que de outra forma a burguesia deixaria de financiar a obra.
No fim do domínio romano Olissipo seria um dos primeiros núcleos a acolher o cristianismo. O primeiro bispo da cidade foi São Gens. Sofreu invasões bárbaras dos alanos, vândalos e depois fez parte do reino dos suevos, antes de ser tomada pelos visigodos de Toledo, que a chamaram de Ulishbona.
Lisboa foi então tomada no ano 719 pelos mouros provenientes do norte de África. Em árabe chamavam-lhe al-Lixbûnâ. Construiu-se neste período a cerca moura. Só mais de 400 anos depois os cristãos a reconquistariam graças ao primeiro rei de Portugal, Dom Afonso Henriques, e ao seu exército de cruzados, em 1147. O primeiro rei português concedeu-lhe foral em 1179. A cidade tornou-se capital do reino em 1255 devido à sua localização estratégica. A seguir à reconquista foi instituída a diocese de Lisboa que, no século XIV, seria elevada a metrópole (arquidiocese).
Terreiro do Paço ou Praça do Comércio
Rossio, marco de estilo barroco.
Rua Augusta, na Baixa Pombalina
Nos últimos séculos da idade média a cidade expandiu-se e tornou-se um importante porto com comércio estabelecido com o norte da Europa e com as cidades costeiras do Mar Mediterrâneo. Em 1290 o rei Dom Dinis mandou estabelecer a primeira universidade de Portugal em Lisboa (que foi transferida para Coimbra em 1308), a cidade então já dispunha de grandes edifícios religiosos e conventuais.
Dom Fernando I, "o Formoso", construiu a famosa Muralha Fernandina, já que a cidade crescia rapidamente para fora do perímetro inicial. Começando pelo lado dos bairros mais pobres e acabando nos bairros da burguesia, a maior parte do dinheiro utilizado veio desta última. Esta estratégia mostrou-se conveniente, já que de outra forma a burguesia deixaria de financiar a obra.
De Lisboa partiram numerosas expedições na época dos descobrimentos (séculos XV a XVII), como a de Vasco da Gama em 1497-1498, reforçando também com este feito, a condição de grande porto e centro mercantil na Europa.
Na época da expansão as casas de Lisboa tinham de três a cinco andares, sendo no primeiro uma loja e nos últimos as instalações dos comerciantes. Nesta época havia uma mistura de raças em Lisboa como não se via noutro ponto da Europa. Num livro sobre Dom Manuel I, "o Venturoso", aparece uma imagem que representa a vida quotidiana nesta época: a uma mesa está sentada uma família, dois filhos e um casal, sentada em bancos de três pernas. A decoração da sala é simples, tem um pequeno armário de parede com janelinhas de vidro onde estão guardadas as louças de prata da família e pouco mais. A um canto vê-se uma cortina de seda, presa por aros de ouro, entreaberta. Do lado de lá da cortina parece existir uma cozinha ou adega, onde estão dois serviçais negros. Para além dos escravos, Lisboa era muito frequentada por uma grande quantidade de comerciantes estrangeiros.
Na época da expansão as casas de Lisboa tinham de três a cinco andares, sendo no primeiro uma loja e nos últimos as instalações dos comerciantes. Nesta época havia uma mistura de raças em Lisboa como não se via noutro ponto da Europa. Num livro sobre Dom Manuel I, "o Venturoso", aparece uma imagem que representa a vida quotidiana nesta época: a uma mesa está sentada uma família, dois filhos e um casal, sentada em bancos de três pernas. A decoração da sala é simples, tem um pequeno armário de parede com janelinhas de vidro onde estão guardadas as louças de prata da família e pouco mais. A um canto vê-se uma cortina de seda, presa por aros de ouro, entreaberta. Do lado de lá da cortina parece existir uma cozinha ou adega, onde estão dois serviçais negros. Para além dos escravos, Lisboa era muito frequentada por uma grande quantidade de comerciantes estrangeiros.
É em Lisboa que se dá a principal revolta que causou a Restauração da Independência, em 1640.
No início do século XVIII, no reinado de Dom João V, a cidade foi dotada de uma grande obra pública, extraordinária para a época: o Aqueduto das Águas Livres. A cidade foi quase na totalidade destruída em 1 de Novembro de 1755 por um grande terramoto, e reconstruída segundo os planos traçados pelo Marquês de Pombal (daí a parte central designar-se por Baixa Pombalina). A quadrícula adoptada nos planos de reconstrução permite desenhar as praças do Rossio e Terreiro do Paço, esta com uma belíssima arcada e aberta ao rio Tejo. Ainda no século XVIII e a instâncias de D. João V, o Papa concedeu ao arcebispo da cidade o título honorífico de Patriarca e a nomeação automática como Cardeal (daí o título de "Cardeal Patriarca de Lisboa").
No início do século XVIII, no reinado de Dom João V, a cidade foi dotada de uma grande obra pública, extraordinária para a época: o Aqueduto das Águas Livres. A cidade foi quase na totalidade destruída em 1 de Novembro de 1755 por um grande terramoto, e reconstruída segundo os planos traçados pelo Marquês de Pombal (daí a parte central designar-se por Baixa Pombalina). A quadrícula adoptada nos planos de reconstrução permite desenhar as praças do Rossio e Terreiro do Paço, esta com uma belíssima arcada e aberta ao rio Tejo. Ainda no século XVIII e a instâncias de D. João V, o Papa concedeu ao arcebispo da cidade o título honorífico de Patriarca e a nomeação automática como Cardeal (daí o título de "Cardeal Patriarca de Lisboa").
Nos primeiros anos do século XIX Portugal foi invadido pelas tropas de Napoleão Bonaparte, obrigando o rei Dom João VI a retirar-se temporariamente para o Brasil. A cidade ressentiu-se e muitos bens foram saqueados pelos invasores. A cidade viveu intensamente as lutas liberais e iniciou-se uma época de florescimento dos cafés e teatros. Mais tarde, em 1879, foi aberta a Avenida da Liberdade que iniciou a expansão citadina para além da Baixa.
Lisboa tornou-se o palco principal de mais revoltas ou revoluções: a implantação da república em 4-5 de Outubro de 1910, e a Revolução dos Cravos que, em 25 de Abril de 1974, pôs fim ao regime que vigorava desde 1928 (com a designação de Estado Novo desde 1933). Desde esta data, após um período conturbado até 1975, Lisboa e o país têm sido governados por um regime democrático.
Lisboa tornou-se o palco principal de mais revoltas ou revoluções: a implantação da república em 4-5 de Outubro de 1910, e a Revolução dos Cravos que, em 25 de Abril de 1974, pôs fim ao regime que vigorava desde 1928 (com a designação de Estado Novo desde 1933). Desde esta data, após um período conturbado até 1975, Lisboa e o país têm sido governados por um regime democrático.
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