17 maio 2009


Cinema Odeon

A Cinemateca, em colaboração com o Fórum Cidadania Lx, exibirá dia 21, pelas 19h, o filme mudo «A Viúva Alegre» (http://en.wikipedia.org/wiki/The_Merry_Widow_(1925_film), de Erich von Stroheim,
que inaugurou há 80 anos exactos aquela que viria a ser uma sala incontornável no circuito cultural lisboeta.

O filme será exbido com acompanhamento ao piano.

Que esta iniciativa contribua para trazer de volta o Odéon ao convívio dos lisboetas, é algo que todos esperamos.

Categoria / Tipologia Arquitectura Civil / CinemaInventário Temático

Localização Divisão Administrativa Lisboa / Lisboa / São José

Endereço / Local Rua dos Condes, 2 a 20Lisboa1200-822 Lisboa
Rua das Portas de Santo Antão, 129 a 133 Lisboa1200-822 Lisboa
Pátio do Tronco, 1 e 1-ALisboa1200-822 Lisboa

Protecção Situação Actual
Em Vias de Classificação Categoria de Protecção Em Vias de Classificação (com Despacho de Abertura)
Decreto Despacho de 2004.10.12 (EM VIAS desde 2004.11.08, 3 dias úteis após a comunicação)ZEP -Zona "non aedificandi" -

Abrangido em ZEP ou ZP ZEP dos imóveis classificados da Avenida da Liberdade e área envolvente, Portaria 529/96, de 1-10-1996

Património Mundial - Descrições Nota Histórico-Artistica Desde os seus primórdios que os cinemas de Lisboa se foram instalando entre o Chiado e a Baixa, como situação experimental e provisória, para um público de elites.

À medida que se tornaram populares, as novas salas procuraram preferencialmente as áreas das tradicionais portas da cidade, visto que se tornaram os sucessores das feiras, circos e teatros.

Nesta sequência, e pelas sucessivas inaugurações, podem identificar-se claramente dois eixos principais:
o do Rossio - Rua dos Condes/Restauradores - Parque Mayer - Avenida, eixo elegante e requintado, que corresponde aos sectores residenciais e funcionais mais ricos da cidade, que partiu das velhas Portas de Santo Antão;
e o eixo Martim Moniz - Rua da Palma - Avenida Almirante Reis, que, partiu das Portas da Mouraria e se define como uma área pequeno-burguesa e popular de Lisboa (FERNANDES, 1995, p. 8).

Numa segunda fase, quase todos os bairros de Lisboa tiveram uma sala de cinema, restando hoje em dia muito poucos.

O cinema, que utilizava de improviso salas de edifícios destinados a outros espectáculos, a pouco e pouco, surge com autonomia construtiva e formal.

Com a crescente utilização do betão armado e o aparecimento de uma linguagem modernista na arquitectura, com formas geométricas puras e superfícies lisas, que coincidiu com novas regulamentações de segurança contra incêndios e com o despertar de novas salas, de estética inovadora, o cinema passou a ser então o espectáculo urbano por excelência, que atraía multidões.

O Cinema Odéon que se situa na Rua dos Condes, eixo nobre da cidade, em frente ao lisboeta Olympia, foi fruto de um projecto de 1923, pelo construtor Guilherme A. Soares.

Abriu portas a 21 de Setembro de 1927, com A Viúva Alegre, de Stroheim e durante largos anos, estabeleceu laços fortes com a sala do Trianon Palace, sua contemporânea, de 1930, partilhando ambos a mesma cópia de filme.

Em 1931, foi modernizado com as expressivas galerias metálicas, salientes da fachada, muito decorativas, com os seus rendilhados de vidros coloridos, que quase apagam o desenho ao estilo clássico do edifício.

Estilo esse que é ainda visível no piso superior e, principalmente, na esquina com a Rua das Portas de Santo Antão.

Destaque ainda, para o janelão que ocupa dois andares, sobre balcão semi-circular, assente em métopas que enquadram o nome Odeon.

O interior é notável pela sua grande cobertura em madeira escura, pelo seu palco de frontão Art Deco, pelos sumptuosos e volumosos camarotes e pelo lustre central, irradiando néons.

(Liliana Garcia) Imagens

Bibliografia
Título Lisboa Desaparecida, volume 7 Local LisboaData 2001Autor(es) DIAS, Marina TavaresTítulo Cinemas de Portugal
Local Lisboa Data 1995Autor(es) FERNANDES, José Manuel

IPPAR

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JJ edição fotos

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