07 abril 2013

Betty Boop - Surfista

Betty Boop
Surfista
Marfinite 14 cm - extras: Pormenores de pintura, acessórios da base, feltro vermelho.
Atualmente podemos considerar com clareza que os anos 1930 foram um período de grande pudor nos Estados Unidos. Contudo, num país com tantos contrastes, nada é tão simples, embora seja verdade que os defensores da moral e dos bons costumes exerciam na época uma grande influência sobre a vida quotidiana dos norte-americanos, e em particular nas pequenas cidades. Foi em 1934 que o famoso Código Hays, que havia vários anos se tentava aplicar, acabou entrando em vigor na produção cinematográfica. Betty também seria vítima dele, e o comprimento do seu vestido aumentaria bastante durante aquela década. Mas o seu sex appeal e os subentendidos dos seus desenhos não desapareceram de jeito nenhum. A resposta a qualquer tipo de censura é sempre uma reação subversiva relativamente camuflada, e os filmes de Betty Boop foram algumas das produções artísticas nas quais o erotismo se manteve, assim como permaneceria nas canções com duplo sentido de Cole Porter, de quem falaremos a seguir.
 
Dave Fleischer
Apesar de ser menos conhecido que seu irmão Max, esse desenhador participou igualmente da criação de todos os grandes heróis do estúdio, de Koko a Super-Homem, passando por Popeye e Betty Boop. Dave Fleischer nasceu no dia 14 de Julho de 1894, em Nova York, Criado numa família de imigrantes polacos, desde a infância compartilhou com Max, seu irmão mais velho, a paixão pelo cinematógrafo, esse novo divertimento que atraía as massas. Por isso, Dave conseguiu ser contratado aos 20 anos pela sede nova-iorquina da poderosa firma Pathé. Porém, os irmãos Fleischer eram ambiciosos e não demoraram a criar o seu próprio estúdio para se lançarem à aventura da animação. De facto, são eles os criadores de uma invenção revolucionária: o Rotoscópio!
Essa máquina permitia gravar os movimentos humanos para os transformar depois em imagens animadas. Foi o próprio Dave que emprestou a sua silhueta à primeira estrela do estúdio, o palhaço Koko. O procedimento permitia dar um realismo surpreendente aos movimentos do personagem (Walt Disney o usaria mais tarde para animar o filme “Branca de Neve e os sete anões”).

Altos e baixos
Enquanto Max se ocupava de toda a parte comercial, Dave era o responsável pela parte artística: ótimo desenhador, fez centenas de desenhos animados e também supervisionava os dos outros animadores. Dave Fleischer decidira assim o destino de heróis como Koko, Betty e Popeye. Super-Homem”, Alfred Hitchcock em “Os Pássaros”. No final dos anos 1960, Dave Fleischer mudou-se para Woodland Hills, na Califórnia para desfrutar de uma merecida reforma. O pioneiro da animação morreria de um ataque cardíaco em Junho de 1979.
que faria um grande sucesso. Contudo, devido às numerosas discussões com o irmão Max, Dave Fleischer logo deixou a companhia. Foi então contratado pela Columbia, e depois pelos estúdios Universal, onde trabalharia como diretor de efeitos especiais. Especificamente, foi nessa época que colaborou com
Participou também de duas longa-metragens do estúdio, “As viagens de Gulliver” e “Mister Bug Goes to Town” estreados respectivamente em 1939 e 1941. Também em 1941, a Paramount (que acabava de comprar o estúdio Fleischer) confiou a Dave a adaptação dos quadradinhos do “
A miniatura
Já chegou o Verão, e Betty vai sair da sufocante cidade para aproveitar os prazeres da praia. Para isso, o seu armário se reduz ao mínimo: a roupa de banho! Mas não de qualquer estilo. Porque para alguém que se chama Miss Boop, não existe a opção de usar um casto maiô. Só um biquini de cores contrastantes poderia realçar a sua silhueta. Para lhe dar um toque de malícia, um flor tropical presa no cabelo, combinando com o biquini, fica perfeita. E como Betty não gosta só de tomar sol como se fosse um lagarto, já conseguiu uma prancha de surf para dominar as ondas.
 
Vampiresas na tela
Veronica Lake
Mais sofisticada que Betty Grable e menos sensual que Rita Hayworth,a estrela de “A Dália Azul” foi uma das grandes Sex symbols dos anos 1940. Dona de uma carreira meteórica. Com o nome verdadeiro de Constance Ockelman, a atriz dos famosos cabelos louros nasceu em 14 Novembro 1922 no Brooklyn, em Nova York. O seu pai, que trabalhava numa empresa petrolífera, morreu numa explosão quando ela tinha 10 anos. Sua mãe voltou a casar e mudou-se para Los Angeles, onde matriculou a filha em aulas de teatro. A adolescente logo seria apresentada a um produtor da Paramount, que a rebatizaria com o nome de Veronica Lake. A principiante destacava-se pelos cabelos louros que cobriam o seu olho direito e lhe davam um ar de mistério. Obteve os seus primeiros papéis em 1940, e nesse mesmo ano casou-se com um diretor artístico de Ray Milland e William Holden, catorze anos mais velho que ela, com quem teria uma filha. Em 1941 obteve um segundo papel em “Revoada das Águias (I Wantec Wing, Mitchell Leisen) filme que roubou o protagonismo dos seus companheiros
e graças a isso foi destaque nos cartazes da comédia “Contrastes Humanos (Sullivan’s Travels, Preston Sturges, 1941). O seu grande ano foi 1942, com vários sucessos. Eddie Bracken seu companheiro no filme “Coqueteil de Estrelas”, diria sobre ela: “É chamada de “A Raposa” e merece esse título...”
Uma dama misteriosa
Além da sua aparência, Verónica tinha um temperamento forte, e tirou a licença de piloto para voar de Los Angeles a Nova York! Entretanto, a sua personalidade difícil começava a criar problemas para o estúdio. Em 1943, depois de um acidente, deu à luz prematuramente um bébe que faleceu uma semana depois. O casamento não sobreviveu à desgraça e a atriz começou a ter problemas com as bebidas. Contudo, em 1946 filmou “A Dália Azul” grande clássico do cinema policial, e mais tarde trabalhou sendo dirigída pelo seu segundo marido, André De Toth, com quem teve dois filhos. Porém, em 1948 a Paramount decidiu não renovar o seu contrato, o que foi o início de uma descida ao inferno.
Verónica deixou de representar, divorciou-se e casou-se novamente com o libretista Joseph McCarthy, de quem se divorciaria também quatro anos depois. Detida várias vezes por estar embriagada, a atriz foi reconhecida um dia por um jornalista num hotel: embora a princípio tenha afirmado ser uma cliente, acabou admitindo que trabalhava ali como empregada. A história a levou aos estúdios de televisão, onde fez pequenos papéis. Contudo, a sua saúde estava piorando. Verónica apareceu pela última vez em 1970, num filme de vampiros, antes de publicar as suas memórias. depois de se casar novamente, com um capitão inglês, voltou aos Estados Unidos para se tentar curar. Mas faleceu vítima de uma hepatite, no dia 7 de Julho de 1973, com 53 anos.
 
Os anos 1930 nos Estados Unidos
Cole Porter
Com o seu elegante e irônico estilo, o compositor de “My Heart Belongs to Daddy” ofereceu durante os anos 1930 espetáculos que se transformaram em lendários na história da Broadway. Quando pensamos na carreira de Cole Porter, é difícil imaginar que esse príncipe da Broadway tenha saído de uma família Batista de Indiana. E, contudo, foi na cidade de Peru onde nasceu o compositor, no dia 9 de Junho de 1891. A sua família tinha posses, e se dizia que seu avô era o homem mais rico do estado. Quando era criança, Cole foi empurrado para a música por sua mãe: recebeu aulas de violino desde os 6 anos e escreveu a sua primeira opereta aos 10!! Assim que se formou por Yale, o jovem iniciou estudos de Direito em Harvard, atendendo ao pedido do avô, mas, secretamente, mudou para a área da música. Em 1915 conseguiu colocar uma das suas canções na Broadway, e no ano seguinte montou o seu primeiro espetáculo musical, que por azar foi um fracasso.
 
Cole foi então para a Europa, onde viveria comodamente em Paris e Veneza. Embora fosse homossexual, casou-se em 1919 com uma rica divorciada, Linda Thomas,
que também recebeu benefícios pelo casamento de fachada. Entre uma festa e outra,
Cole ainda encontrava tempo para compor, e terminou voltando a tentar triunfar na Broadway, em 1928, com o espetáculo “Paris”. Desta vez conseguiu fazer sucesso, confirmado pelo de suas obras seguintes. Em 1930, Cole Porter era o novo criador favorito dos musicais nova-iorquinos. O músico e compositor também era muito solicitado em Hollywood, onde colaborou em muitos filmes, como “Rosalie”. Apesar do grave acidente de cavalo que sofreu em 1937, continuou a sua brilhante carreira na Broadway, especialmente com o espetáculo “Du Barry Was a Lady” que encerrou a década fazendo um grande sucesso. Contudo, Porter não pararia nesse momento: continuaria até final dos anos 1950, compondo para a Broadway e para Hollywood. Até à sua morte seria o compositor norte-americano mais aplaudido. Suas magníficas composições são belos clássicos, ouvidos com deleite ainda hoje.
 
JJ fotos
SALVAT
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