Diamantina
"Essa portuguesa" é fadista, o que equivale a dizer que é uma mulher que "traz o fado no coração e na garganta", e bem verdade é que para cantar o fado não basta apenas cantar bem...
Centro Cultural Cajastur - Oviedo - 12/03/08
Fado “Vem Beber Vinho Novo”
http://www.youtube.com/watch?v=RxC7YeJhMmc
Ainda que cada dia seja mais conhecido, gente há que apenas faz uma pequena ideia do que seja o fado, e nas vezes que tem oportunidade de o ouvir deixa-se render e encanta-se com ele.
"Canta bem essa portuguesa!" dizia no outro dia um senhora, perante um dos fados do CD "Fado à flor da pele" de Diamantina.
"Essa portuguesa" é fadista, o que equivale a dizer que é uma mulher que "traz o fado no coração e na garganta", como dizem os castiços; e bem verdade é que para cantar o fado não basta apenas cantar bem, mas também em sintonia com a poesia e os ouvintes numa experiência emocional que mova o sentimento e o pulso da vida.
Neste caso, por conseguinte, Diamantina canta bem, canta muito bem, com uma grande voz, uma voz grave e clara, clara como a água.
Diamantina nasceu no Peso da Régua, nas margens do Douro e iniciou a sua carreira musical através da Rádio Difusão do Seixal, povoação do distrito de Setúbal.
Triunfou num festival internacional e mais tarde dedicou-se ao fado, ambiente e actividade que tem levado a cabo na televisão portuguesa e noutros cenários.
Como curiosidade convém dizer que Diamantina desempenha também as funções de professora e este ano é o primeiro que dedica exclusivamente ao fado.
Actuaram com ela os músicos José Luís Nobre Costa, conhecido e veterano da guitarra portuguesa e João Chora na viola, também conhecido fadista que neste certame cantou quatro fados com uma esplêndida voz e particular maneira de estilar os fados.
Começaram os dois músicos com uma guitarrada e ofereceram a meio do espectáculo uma outra guitarrada em jeito de "Variações" que deixou o público arrepiado, e por isso completamente rendido ao seu talento.
Os três criaram fado, fado autêntico, fado esse que nas palavras de Pessoa é
"Talvez esta coisa da alma/
Que acha real a vida/
Talvez esta coisa calma/
Que me faz a alma vivida
"Diamantina é além do mais muito simpática e comunicativa, elegante e bonita, trajando de negro e xaile branco na primeira parte do espectáculo e violeta e xaile negro na segunda.
Foi apresentando em "portunhol" cada um do fados que cantava, incitava o publico a participar com palmas e perguntava amiúde a equivalência de algumas palavras portuguesas em espanhol.
Empenhou-se com alguma graça em fazer do espectáculo um autêntico convívio luso-espanhol, ao que o público respondeu com verdadeiro entusiasmo, superada a timidez inicial.
Apresentou um fado alegre, vital, animado cantado em tom maior entre tempos de marcha, de fado corrido e por várias vezes de conteúdo humorístico como "Oiça lá ò senhor Vinho" e "Ò careca".
Fados característicos do ambiente lisboeta como "Mariquinhas", "Loucura", "Há festa na Mouraria", combinaram-se com outras canções populares como "Ai vai do vira", "Lisboa antiga", "Uma casa portuguesa", numa noite com sala cheia que encantou uma vez mais um público cativo do fado.Ángel García Prieto (Asociación de Amigos del Fado)Traduzido e adaptado por Portal do Fado
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