26 junho 2009
Café "Piolho" - Porto 100 anos
Café "Piolho"
Comemora os seus 100 anos com tertúlia que abre programa cultural.
O Café Âncora d'Ouro, no Porto, mais conhecido sob o lendário nome de "Piolho", abre este sábado a comemoração dos seus 100 anos com uma tertúlia sobre as lutas estudantis, disse hoje à Lusa o seu proprietário, José António Martins.
In SIC Net.................................................................
Café Piolho
Piolho para os amigos e clientes habituais, o nome originário deste café, um dos mais antigos da invicta, era Âncora D`Ouro.
A funcionar desde 1909, foi rebatizado por estudantes de medicina que acharam o nome Piolho mais apropriado.
Actualmente é uma das referências do Porto, não só pela sua história (que pode ler-se nas mensagens dos estudantes afixadas nas paredes) mas também pelas suas tertúlias.
Café Piolho reabre e regressa às tertúlias
por Joana de Belém24 Março 2006
Fechado há três meses para obras, o centenário Piolho (1909) reabre portas de cara lavada e com vontade de retomar a tradição das tertúlias.
Longe vão os tempos em que os oponentes ao fascismo se reuniam no Piolho, café onde se discutiam ideias e realizavam tertúlias nas noites do Porto.
Local associado aos estudantes universitários, tem como característica fundamental a clientela diversificada e o ambiente informal: ao lado do professor pode estar um aluno, junto ao advogado ou arquitecto o desempregado, a freira que aparece à tarde apanha com o fumo do cigarro do "mitra".
Hoje é a primeiro noite em que o Âncora D'Ouro (nome original do espaço, adulterado pelos estudantes durante os anos 50 que, diz-se, chamavam "piolhice" aos docentes universitários que também frequentavam o café) se apresenta à cidade, mas não para todos.
Apenas na segunda-feira abre para o público em geral, os fiéis habitués de um espaço que deixou e vai continuar a deixar marcas em várias gerações.
Esta noite, a casa entrega-se ao espírito da tertúlia, com convidados como Germano da Silva, Paulo Valadas e Paulo Morais, ex-vice presidente da Câmara do Porto, mas foram muitos outros os que receberam a convocatória para um momento que se pretende espoletador de uma nova dinâmica.
Edgar Gonçalves, um dos proprietários há já 25 anos, cresceu com a casa. "Vim para aqui com 19 anos", corria o ano de 1979, conta ao DN.
Edgar Gonçalves não teve outra vida durante os três meses que duraram as obras.
"Necessitávamos mesmo de melhorar isto em termos de espaço público, o cliente gostava do Piolho como era mas não tínhamos grandes condições de trabalho".
"Mataram o Piolho", ouviu já da boca de alguns clientes que vão passando para ver o andamento das obras.
"Mantive sempre isto meio aberto para que as pessoas pudessem ver o que estava a ser feito", conta Edgar, que faz questão de ressalvar que quis manter a traça do café da Parada Leitão, praça que o acolhe.
O pequeno restaurante deixa de existir, alargando-se o espaço, mas o mobiliário mantém a dimensão característica, embora substituído.
No caso específico das cadeiras foram reproduzidas as originais do Piolho - em madeira, com o assento coberto a pele negra e uma âncora em relevo.
"Tentamos não ferir aquilo de que o cliente gosta."
Edgar Gonçalves lamenta apenas a legislação que não lhes permite manter a esplanada aberta durante o horário do café.
"Comprámos a residencial por cima por causa do barulho, mas temos de retirar as mesas e cadeiras do exterior à meia-noite [a duas horas do fecho do café] e as pessoas amontoam-se no passeio".
*com Sara Novais
in Sapo - Diário Noticias
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