Betty Boop Marinheira
Marfinite 1:50-12,5 cm - base 4,5x5 - extras: Acessórios. pormenores pintura, patines.
Realmente o caso de Betty Boop é um mistério. Como pode uma pin-up de 82 anos (esta senhora nasceu em 1930) despertar ainda hoje tal fascínio? E é mais estranho se levarmos em conta que as novas gerações raramente conhecem os desenhos animados que a fizeram famosa... Além disso, a emancipação “escandalosa” que ela podia representar para os espectadores dos anos 1930 não justifica o seu sucesso com o público atual, que está acostumado à modernidade... Sendo assim, tem que haver algo mais, porém... O que será? Sem dúvida é o que chamamos “encanto”. Um encanto temporal, que permitiu à personagem, que no começo estava à frente do seu tempo, transformar-se em objeto de nostalgia. Travessa, francamente encantadora e dotada de uma personalidade muito simples,
Betty evoca certa inocência perdida. Provavelmente continuará evocando-a durante anos, até mesmo quando a época dos desenhos animados em preto e branco tiver sido esquecida para sempre.
Betty e as
Flappers
(Flapper é um termo usado na década de 1920 aplicado a uma nova geração de mulheres jovens ocidentais que vestiam saias curtas, não usavam espartilho, cortavam o cabelo, escutavam jazz, e tinham outras condutas similares. As Flappers eram vistas usando muita maquiagem, tomavam muitas bebidas destiladas, tratavam o sexo de maneira casual, fumavam, dirigiam automóveis, muitas vezes em alta velocidade, e tudo isso era um desafio às leis e era contrário ao que considerava-se socialmente correto.
As Flappers têm suas origens em um período de liberalismo, turbulências políticas e sociais e aumento dos intercâmbios culturais transatlânticos que seguiu-se ao final da Primeira Guerra Mundial, assim como a exportação de jazz americano à cultura europeia).
Com as suas saias curtas e o seu estilo de vida independente, Betty Boop é a herdeira das jovens emancipadas que mudaram as regras do jogo nos Estados Unidos, nos anos 1920. Embora pareça que os personagens de ficção saem diretamente da imaginação dos seus autores, eles são sempre produtos da sua época. No caso de Betty Boop, que apareceu em Agosto de 1930, é obvio que sofreu a influência da enorme agitação provocada pelas “flappers” durante a década anterior.
Depois da Primeira Guerra Mundial 1914-1918, teve início a revolução feminina em parte do mundo ocidental. As norte-americanas, por exemplo, conseguiram o direito de voto em 1920. As mulheres brasileiras, por outro lado, tiveram que esperar doze anos, e as portuguesas, para o pleno direito ao voto, mais de cinquenta! Entretanto, as francesas consolavam-se lendo “La Garçonne” um romance de Victor Margueritte que descrevia, em 1922, o estilo de vida “escandaloso” de uma nova geração. O fenómeno desse tipo de mulher andrógina, que lutava pela igualdade entre géneros, apareceu igualmente na América, especialmente nos Estados Unidos, onde essas jovens foram batizadas com o nome de “flappers” tomado de um filme de 1920.
Popularizada pelo cinema e também pelos escritores como Scott Fitzgerald, a imagem da flapper foi estendendo-se entra as mulheres, a ponto de se transformar num fenómeno social.
Em suma, a fapper rejeitava tudo o que representava a alienação da mulher. Seguindo o modelo de Coco Chanel, essas mulheres desfizeram-se do espartilho, encurtaram as saias, disfarçaram os seios e cortaram os cabelos. As “novas mulheres jovens” queriam desfrutar a vida como os homens faziam: bebiam, fumavam, escutavam jazz e dirigiam em alta velocidade. Além disso, tinham uma vida amorosa muito liberal. E para a sociedade da época, o mais espantoso era que quisessem exercer uma profissão atraente.
É compreensível que as atrizes de Hollywood se transformassem num símbolo dessa revolução, especialmente
Clara Bow, grande estrela do cinema mudo, cuja fraqueza e louco comportamento horrorizavam as “pessoas de bem”. Foi nela que os irmãos Fleischer pensaram para criar a personalidade de Betty Boop, culo físico foi inspirado também noutra flapper,
Helen Kane.
A miniatura
Betty Boop Marinheira
Quando precisa navegar, seja na baía de Nova York ou em viagens de longa distância, Betty conta sempre com a vestimenta adequada. O seu traje de duas peças permite que ela se mova livremente e ao mesmo tempo continua elegante e sexy. A boina de marinheiro, que pegou emprestada do seu amigo Popeye, não protege muito os seus cachos de cabelo, mas oferece a vantagem de lhe dar credibilidade quando está ao convés. Já a bóia poderia ser muito útil no caso de haver algum problema (por exemplo, se o capitão, ocupado admirando Betty, não visse que se aproxima de alguns rochedos...).
JJ fotos
SALVAT
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