27 fevereiro 2009
Lincoln Zephyr Convertivel 1939
26 fevereiro 2009
Carnaval no Rio....chiiiiiii....camarada....
Durante todo o período colonial as diversões que aconteciam na cidade do Rio de Janeiro durante o carnaval não diferiam daqueles presentes em outros centros urbanos brasileiros.
Toda uma série de brincadeiras reunidas sob o termo Entrudo podiam ser encontradas nas ruas e nas casas senhoriais da cidade.
No final do século XVIII, essas diversões consistiam basicamente no lançamento mútuo de limões de cheiro (dentro das casas senhoriais) ou qualquer outro tipo de líquidos ou pós (nas ruas).
Após a Independência do Brasil, a elite carioca decide se afastar do passado lusitano e incrementar a aproximação com as novas potências capitalistas.
A cidade e a cultura parisienses serão os parâmetros a guiar as modas e modos a serem importados.
Os bailes
O carnaval da capital francesa será um dos elementos a serem copiados, fazendo com que a folia do Rio de Janeiro rapidamente apresente bailes mascarados aos moldes parisienses.
Inicialmente promovidos ou incentivados pelas Sociedades Dançantes que existiam na cidade (como a Constante Polka, por exemplo) esses bailes acabariam por ser suplantados pelos bailes públicos, como o famoso baile do Teatro São Januário promovido por Clara Delmastro, em 1846.
Os passeios
O grande sucesso dos bailes acabaria por incentivar outras formas de diversão, como os passeios ou promenades aos moldes do então já quase extinto carnaval romano.
A idéia de se deslocar para os bailes em carruagens abertas seduzia a burguesia, que via, aí, uma oportunidade de exibir suas ricas fantasias ao povo e "civilizar" o carnaval de feição 'entruda'.
O povo carioca assistia deslumbrado a esses cortejos sem, entretanto, se furtar a saudar com seus limões de cheiro os elegantes mascarados.
A tensão decorrente desse embate carnavalesco faria com que a elite procurasse organizar cada vez mais seus passeios através da reunião de uma grande número de carruagens e da presença ostensiva de policiamento incorporado aos desfiles.
As sociedades carnavalescas
Aos poucos essas promenades acabariam por adquirir uma certa independência em relação aos bailes até que, em 1855, um grupo de cidadãos notáveis organizaria aquele que ficou conhecido como o primeiro passeio de uma sociedade carnavalesca por uma cidade brasileira: o desfile o Congresso das Sumidades Carnavalescas.
O sucesso desse evento abriria as portas para o surgimento de dezenas de sociedades carnavalescas que, em poucos anos, já disputariam entre si o exíguo espaço do centro da cidade durante os dias de carnaval.
O carnaval das ruas
Entretanto, o fabuloso carnaval proposto pela burguesia não reinaria sozinho nas ruas do Rio de Janeiro.
Paralelamente ao movimento de implantação de uma festa civilizada, outras diversões tomavam forma na cidade.
O entrudo, com sua alegria desorganizada e espontânea não era a única diversão carnavalesca popular.
Muitos grupos negros de Congadas (ou Congos) e Cucumbis aproveitavam-se da relativa liberalidade reinante para conseguir autorização policial para se apresentarem.
Além disso, outros grupos, reunindo a população carente de negros libertos e pequenos comerciantes portugueses (mais tarde conhecidos como Zé Pereiras), sentiram-se incentivados a passear pelas rua.
O carnaval carioca
A mistura desses diferentes grupos acabaria por forçar uma espécie de diálogo entre eles.
Em pouco tempo as influências mútuas se fazem notar através da adoção pelo carnaval popular, das fantasias e da organização características da folia burguesa.
As sociedades carnavalescas por sua vez, passaram a incorporar boa parte dos ritmos e sonoridades típicos das brincadeiras populares.
O resultado de tudo isso é que as ruas do Rio de Janeiro veriam surgir toda uma variedade de grupos, representando todos os tipos de interinfluências possíveis.
É essa multiplicidade de formas carnavalescas, essa liberdade organizacional dos grupos que faria surgir uma identidade própria ao carnaval carioca.
Uma identidade forjada nas ruas, entre diálogos e tensões.
O carnaval popular
Essa forma de classificação perduraria até os anos 1930, quando o prefeito/interventor do Rio de Janeiro, Pedro Ernesto, oficializaria a festa carioca.
A partir daí, os concursos promovidos pelos jornais, os textos jornalísticos publicados na imprensa e as obras dos primeiros folcloristas acabariam por separar as brincadeiras populares em categorias estanques, cada qual com uma história e um formato próprios, tais como blocos, ranchos, cordões, Zé Pereiras, corso e sociedades.
Coroando esse movimento é publicado, em 1958 o livro História do carnaval carioca, da pesquisadora Eneida de Moraes que estabelece o texto fundador da folia carioca, e, por extensão, brasileira.
As escolas de samba
Comissão de frente da Imperatriz Leopoldinense em 1999.
Ver artigo principal: Desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro
No final dos anos 1920 o Brasil buscava criar uma identidade capaz de diferenciá-lo dentro da nova ordem mundial estabelecida após a Primeira Grande Guerra.
O conceito de negritude se destacava mundialmente valorizando as produções culturais negras como a Arte Africana e o jazz.
A festa carnavalesca e o novo ritmo de base negra recém surgido, o samba, seriam as bases para a formulação de um sentido de brasilidade.
A valorização do samba e da negritude acabariam aumentando o interesse da intelectualidade nos novos "grupos de samba" que surgiam nos morros cariocas.
Esse grupos passaria a se apresentar "no asfalto", ou seja, longe dos guetos dos morros, sendo chamados de escolas de samba.
Tratados, inicialmente, como uma espécie de curiosidade "folclórica", esses grupos foram, pouco a pouco, cativando a sociedade carioca com seu ritmo marcado, com a sonoridade inesperada de suas cabrochas e com os temas populares de suas letras.
Mantidas por décadas como elementos secundário da folia carnavalesca carioca, as escolas de samba adquiririam grande proeminência a partir da década de 1950, com a incorporação da classe média aos desfiles, conseqüência da aproximação entre as escolas e intelectuais de esquerda.
A partir daí elas galgariam os degraus do sucesso até se tornarem o grande evento carnavalesco nacional.
O carnaval carioca contemporâneo
Estandarte do bloco carnavalesco Simpatia é Quase Amor, Carnaval de rua do Rio de Janeiro, 2007.
O Monobloco invade a Avenida Atlântica em Copacabana durante o carnaval do Rio de Janeiro de 2007.
O Carnaval de rua dos blocos e bandas
A partir das duas semanas anteriores ao carnaval, as ruas do Rio de Janeiro, são tomadas por um grande número de blocos e bandas que carregam dezenas de milhares de foliões e fazem da cidade um grande baile popular sem cordas e aberto a quem quiser chegar.
O carnaval dos bailes e clubes
Durante o carnaval diversos bailes são realizados nos clubes da cidade, alguns mais voltados para a classe alta, outros para as classes mais baixas.
A prefeitura da cidade também realiza bailes populares, abertos ao público em determinadas áreas tradicionais da cidade, como a Cinelândia e em bairros do subúrbio como Madureira.
Também é famoso o baile do Gala Gay, na terça-feira de carnaval, voltada para a comunidade GLS.
Os ensaios das Escolas de Samba
Apesar de iniciado "oficialmente" na sexta-feira gorda, o carnaval de rua carioca começa já em novembro quando as escolas de samba da cidade passam a realizar os chamados "ensaios técnicos" no Sambódromo.
Verdadeiros desfiles onde o canto, a evolução e o ritmo são os elementos principais, esses eventos vêm atraindo a população da cidade e arredores que enche as arquibancadas, torce e canta com suas escolas.
Uma verdadeira festa popular que captura cada vez mais o interesse dos turistas desejosos de assistir e participar de um carnaval essencialmente popular.
Wikipedia - Google
CARAS
22 fevereiro 2009
Varandas e Poema de Lisboa
Varandas e Poema de Lisboa
Lisboa que comigo acorda
oiço o vento, arrebata-me para olhar o rioesse rio tão nosso e tão azul
olho-o e mais me parece um braço de mar
na imensa paleta que nele se desenha
desenhos de encantos e invenções
dos nossos navegantes antigos e de hoje
num abraço fraterno de descobertas imensas
das dores e de alegrias
mas sempre cheios de amores
as casas com as conchas e as cordas
para sempre nos lembrar o sal
os búzios onde aprendemos a ouvir os sons de águas distantes
em fantasias marítimas que mais não são
do que as nossas músicas de ninar
embalada pela cantiga do vento
num dia de sol amarelo e laranja
passeio à beira do Tejo e
nele deposito o meu ver de quem quer encontrar
Sento-me e como um pastel de belém
comprei-o na fábrica ali mesmo em Belém
no meio de paredes cheias de azulejos do século XVIII
figuras e desfiguras em tons de azul,
nem sei quantas salas são, uma, duas à esquerda
três, quatro , cinco, seis à direita
e as fornadas não param de sair
lembro-me da Matilde hoje ela não veio
gostamos de tomar um moscatel e comer um pastel
sentada perto da gigante rosa dos ventos
sinto o que é partir mais uma vez
retornar sempre, na poesia desta cidade
que me ilumina, na sua luz e nas suas sombras
Tempos houve que partiram para novos mundos
foram para ocuparem territórios
fazerem fortuna, realizarem sonhos
também foram para guerrear outros povos
as mulheres portuguesas ficavam
viram os seus homens embarcarem
para novas vidas e para várias mortes
nas dores da perda e na coragem
Antes, há alguns séculos, na volta os que voltavam
traziam-lhes panos de novas cores
especiarias e histórias sem fim de terras fantásticas
depois, há dezenas de anos, na volta os que voltavam
traziam-lhes histórias de guerra e morte, loucuras, demências
outros houve que voltavam com histórias de novas culturas
de terra quente e fértil, horizontes maiores e regressavam
agora como emigrantes em terras de África
mais tarde expulsos da terra do sol, voltaram chorosos
nunca saberemos as suas verdadeiras histórias
certa apenas do encanto dessas longas terras africanas
muitos foram os que emigraram para a europa
américas, ásia e por esse mundo afora
somos um povo de viajantes livres e forçados
Lisboa assiste a todas as partidas
empresta-nos um dos seus mistérios
o de sabermos que voltaremos
Subo algumas ladeiras para ir
ao castelo e dele ver os barcos
mais logo comer umas sardinhas assadas
nas festas populares
iremos dançar e sorrir
da cidade de namoros e encantos
no fado vadio que nos embala de noite
a beber um vinho
Descemos e vamos para a região ribeirinha
cheia de bares e restaurantes
passeamos à noite nas luzes e maresias
Esta cidade de sobe e desce
num ritmo de telhados, azulejos, pedras
praças e bancos de rua
ainda existem bebedouros
e miradouros também
Há praça que se chama das Flores
príncipe real também há
trindade e os seus bifes
sete rios e os seus animais
amoreiras e a pintora Vieira da Silva
na roma vamos à barata comprar livros
na praça de londres lemos o jornal
a av de paris levava-me a casa
também temos estradas
como da luz e a de benfica
em Belém os nossos Jerónimos
e centro cultural lindo só por dentro
a nova ponte que não vai para a índia
os cacilheiros lembram-me sempre as bolas de berlim
e as castanhas assadas
no campo grande a 111
a biblioteca nacional e um parque
nas linhas de torres vamos aos novos bairros
e a alguns mais velhos
No arieiro, não há mais areia
mas existem bons restaurantes e de peixe
na João XXI antes da praça de espanha
passeio nos jardins da gulbenkian
e o fabuloso museu que lá está assim
à nossa espera sempre ótimo
e o das janelas verdes
Não vou continuar neste meu desassossego
escrevo-te a ti lisboa aqui do outro lado do oceano
certa que me ouvirás nesta canção
trago-te em mim no meu sono mais doce
na minha faceta mais inventiva
Poema - Constança de Almeida Lucas
JJ edição fotos
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